Com o aumento do emprego, faturamento da indústria tem maior crescimento anual desde 2010

O faturamento real da indústria de transformação (descontada a inflação) cresceu 5,6% em 2024, de acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada recentemente pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Embalado pelo aquecimento da produção e do consumo, o setor teve o maior crescimento anual desde 2010.

Segundo a CNI, a demanda por bens industrializados foi estimulada pelo baixo desemprego, pelo aumento de investimentos do governo e pela maior concessão de crédito. A combinação desses fatores, aponta a entidade, manteve o consumo e o investimento aquecidos, o que se refletiu no maior faturamento.

Para o presidente da IndustriALL Brasil e da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, a alta no faturamento no setor industrial é reflexo direto do aumento do emprego no país.

“Toda vez em que há geração de emprego e aumento a renda do trabalhador, há também um aumento expressivo da economia como todo, sempre puxado pelo setor industrial. A recuperação da indústria ocorreu onde houve alta do faturamento por conta da geração de emprego, é uma consequência direta”.

Políticas industriais

Aroaldo pontuou também que as políticas industriais lançadas pelo governo Lula ajudam a impulsionar o segmento.  “Todo esse resultado está vinculado às políticas industriais que o governo Lula lançou, desde a NIB (Nova Indústria Brasil), que completou um ano, até as políticas setoriais. Elas têm impulsionado a indústria, e já estamos percebendo o resultado. Como é importante esse resgate de ter uma política industrial no Brasil e de ter, de fato, uma política de valorização do emprego e da renda”.

Postos de trabalho

O bom desempenho da indústria em 2024 também se reflete no mercado de trabalho. No ano passado, o número de postos de trabalho ativos no setor subiu 2,2%. A massa salarial cresceu 3%, e o rendimento médio do trabalhador industrial aumentou 0,8%.

Mercado de veículos em alta

Outro ponto que chama atenção, principalmente para a categoria metalúrgica é que o mercado brasileiro de veículos segue aquecido. No ano passado, o setor registrou o maior crescimento desde 2007, de acordo com a Anfavea. Foram 2 milhões 337 mil veículos licenciados.

Para este ano, as projeções anunciadas pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) apontam um crescimento de 5% do mercado.