Com paridade, 12º CONCUT referenda nova direção
Vagner Freitas é reeleito para comandar a Central nos próximos quatro anos
Nova direção, com paridade de gênero, comemora eleição
Os delegados e delegadas que participam do 12º CONCUT (Congresso Nacional da CUT) elegeram nesta sexta-feira (16) a direção que comandará a Central até 2019. Entre secretários e diretores executivos, serão 44 nomes, pela primeira vez com paridade de gênero.
Segundo o presidente nacional da Central, Vagner Freitas, a nova configuração, com representantes de todo o país, reflete a pluralidade da base cutista.
“Construímos a central pensando em cada trabalhador e trabalhadora, os que estão nas roças e fábricas, nas escolas, nos bancos. É por isso que somos socialistas e temos classe. Somos uma central para enfrentar os patrões. Uma central que organiza a classe trabalhadora e enfrenta o capitalismo.
“Na ocasião, Vagner fez referência aos trabalhos que são construídos a partir das entidades. “A importância do movimento sindical está nos sindicatos de base. Agradeço aos nossos quatro mil sindicatos. A CUT não orienta os sindicatos, a CUT é orientada pelos sindicatos, que são os mais combativos do Brasil”, afirmou.
Vagner agradeceu o trabalho e o compromisso dos dirigentes que deixam a Executiva nesta sexta. O presidente destacou a renovação de quadros e citou que a CUT manterá o compromisso de mudar o país para além do mundo sindical.
“Aviso à mídia golpista que não haverá democracia enquanto não houver a democratização dos meios de comunicação. Aviso ao Poder Judiciário que ele não foi constituído para fazer política e sim justiça. Aviso aos deputados e deputadas que foram eleitos com financiamento empresarial e representam os patrões que continuaremos lutando e ocupando a Câmara para defender os trabalhadores. E aviso à Dilma que terá nosso apoio, mas terá de mudar a política econômica”, elencou.
Vice-presidenta reeleita, Carmen Foro, disse que uma nova Central nasce a partir de hoje. “A paridade já começou com a divisão de falas no discurso político”, brincou. “A CUT tem nova cara a partir de hoje, porque tem nas estaduais e na direção nacional 50% de homens e 50% de mulheres. Nunca mais seremos os mesmos e queremos também ver a juventude mais presente. Temos também que garantir que a juventude se empodere do movimento sindical e faça parte de todos os processos”, acrescentou.
Carmen citou o desafio de derrotar a política econômica vigente para garantir o crescimento econômico, o emprego, as políticas públicas e sociais. “Nosso papel é continuar mobilizando sindicatos desde a base. Assim faremos a mudança.”
Pluralidade
Exemplo da democracia que garantiu chapa única neste 12º CONCUT, todas as correntes (Articulação Sindical, O Trabalho, EPS e CSD) tiveram voz e defenderam a importância da unidade em defesa da classe trabalhadora.
Diretores executivos, Juvândia Moreira Leite (Articulação Sindical) e Júlio Turra (O Trabalho) enalteceram que, mesmo diante de uma conjuntura extremamente difícil, a Central manteve os princípios e a autonomia e independência.
Nova secretária-adjunta de Saúde, Maria de Fátima (EPS) afirmou que o respeito às diferenças fortalecem a Central. Os ex-secretários Expedito Solaney (Políticas Sociais) e Rosane Silva (Mulheres) lembraram que a existência da CUT é resultado da necessidade da classe trabalhadora, inclusive, de acreditar na capacidade de eleger seus representantes. Solaney e Rosane são dois dirigentes que estão deixando a Executiva da CUT. Ele vai assumir a Secretaria de Políticas Sociais da CUT-PE e ela vai presidir o Instituto Observatório Social.
Outra liderança que deixa a direção, o ex-secretário de Relações Internacionais, João Felício, presidente da CSI (Confederação Sindical Internacional), apontou que, se a elite e a velha mídia se incomodam com a atuação da maior central sindical do país, isso se devia ao mérito de ser combativa. Incomodar, destacou, era um mérito.
Via CUT