Com piora da 4ª onda de Covid-19, Brasil tem janeiro mais mortal desde 2003

Neste domingo (13), o Brasil registrou 325 mortes pela Covid-19 em 24 horas, levando a média móvel de mortes nos últimos 7 dias para 880

Foto: Divulgação

Com o recorde de casos de Covid-19 provocado pela variante ômicron, altamente contagiosa, os cartórios do Brasil registraram em janeiro o mês mais mortal no paísdesde o início de sua série histórica, em 2003.

Levando em consideração todas as causas mortis, foram registrados em janeiro deste ano 144.341 óbitos no país em janeiro, um aumento de 4,79% em relação ao mesmo período de 2021. O número é 21,95% do que em janeiro de 2020, antes da pandemia, quando foram registradas 112.649 mortes.

Segundo dos dados dos cartórios brasileiros, divulgados pela coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, as mortes por pneumonia, causado pelo novo coronavírus, saltaram de 12.745, em janeiro de 2021, para 21.661 neste ano. Os óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave também cresceram: passaram de 1.581, no ano passado, para 1.734 em janeiro deste ano. E os de insuficiência respiratória subiram de 6.686 para 7.989 no período analisado.

A pandemia não acabou

Por vários dias seguidos, o país registrou mais de 200 mil casos de Covid-19 em janeiro – um aumento de 324% -, especialmente por causa da ômicron.

Neste domingo (13), o Brasil registrou 325 mortes pela Covid-19 em 24 horas, elevando a média móvel de mortes nos últimos 7 dias para 880. Lembrando que nos finais de semana os números costumam ser menores porque as equipes dos laboratórios e dos governos são reduzidas ou não trabalham aos sábados e domingos.

Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +56%, indicando tendência de alta nos óbitos decorrentes da doença.

No total, desde o início da pandemia, foram registrados 638.449 óbitos.

Mortalidade da Covid é maior entre homens negros em SP

Na cidade de São Paulo, homens negros e de baixa renda foram os mais impactados pela mortalidade em consequência de complicações causadas pela Covid-19 desde o início da pandemia, segundo um estudo feito pelo Instituto Pólis, que analisou registros de março de 2020 a janeiro de 2022.

A taxa de mortalidade foi 60% maior do que a média da capital paulista. Na comparação com homens brancos, negros morreram 30% a mais. E, no mesmo período, mulheres negras foram 40% mais afetadas pela doença do que as brancas.

O estudo aponta a desigualdade no acesso à saúde entre a população negra, uma vez que o vírus não faz distinção de raça ou cor da pele.

Ao analisar as taxas de mortalidade ocorridas entre março de 2020 e novembro de 2021, o Pólis identificou também índices elevados em regiões mais pobres da cidade de São Paulo, como foi o caso de bairros na zona leste, como o Parque do Carmo.

Vacinação

O Brasil atingiu a marca de 45,6 milhões de doses de reforço da vacina contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, aplicadas na população vacinável.

Ao todo, 45.665.384 pessoas receberam a terceira dose contra a enfermidade até esta segunda-feira (14), segundo as informações disponibilizadas no portal. O índice equivale a 26% da população vacinável.

Pelo menos 100 milhões de brasileiros ainda precisam tomar a terceira dose contra a Covid-19 no país, segundo dados do Ministério da Saúde compilados no sábado (12). Sendo que, deste grupo, 10 milhões de pessoas perderam o prazo de buscar a vacinação de reforço contra o vírus.