Com R$ 4,2 bilhões, Honda nacionalizará produtos no Brasil
Novo ciclo de investimentos prevê a abertura de mais 1,7 mil empregos na fábrica de Itirapina (SP) e outros 3,5 mil nos fornecedores
Uma viagem a Brasília foi um dos primeiros compromissos profissionais do engenheiro Arata Ichinose logo que assumiu o cargo de presidente da Honda na América do Sul, há dois meses. O objetivo da visita foi anunciar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a decisão da empresa de investir R$ 4,2 bilhões no Brasil até 2030.
O novo ciclo de investimentos na operação de automóveis ajuda a destacar a Honda, uma empresa tradicionalmente agressiva no segmento de motocicletas, mas sempre cautelosa e discreta nos automóveis. No acumulado até abril, a marca ficou no nono lugar, com 3,5% do mercado brasileiro de carros e comerciais leves Apesar de não estar entre as maiores, a Honda se destaca por manter no Brasil uma clientela fiel à marca.
A Honda tem planos de abrir, até 2030, mais 1,7 mil novos empregos na divisão de automóveis no país, que hoje conta com 3,5 mil funcionários. Além desses, calcula a direção da montadora, os fornecedores vão precisar abrir outros 3,5 mil postos de trabalho em suas fábricas só para atender a Honda. A previsão de mais empregos será uma consequência da decisão de substituir itens importados por peças produzidas no país.
Ter mais peças nacionais nos carros que produz no país ajudará a Honda, por um lado, a preparar-se para o desenvolvimento de modelos híbridos movidos a etanol, uma tecnologia que tem se tornado cada vez mais uma especialidade brasileira. Trata-se de um movimento que começou com outra japonesa, a Toyota, e que tem dado o tom a recentes anúncios de investimentos de empresas, como Volkswagen e Stellantis.
Do Valor Econômico