Com upcycling, resíduos de produção de carros geram renda para comunidades

A indústria automotiva se vale do upcycling, técnica na qual itens inutilizados adquirem funções diferentes daquelas para as quais foram inicialmente pensados

Em uma cadeia de produção, por mais que toda a linha de montagem seja concebida com a ideia de que não haja sobras, é natural que algo fique pelo caminho. Mas e se os materiais que necessariamente seriam descartados ganhassem novo uso, gerando renda a comunidades no entorno das fábricas? Este tem sido o compromisso de algumas multinacionais da indústria automotiva, a partir do chamado “upcycling”. O termo é sinônimo de “reutilização para cima”, em uma técnica na qual itens inutilizados adquirem funções diferentes daquelas para as quais foram inicialmente pensados.

Fundado para implementar a estratégia de Responsabilidade Social da Renault do Brasil, o Instituto Renault já reaproveitou mais de 12 toneladas de materiais desde que passou a apoiar, em 2015, dois projetos sociais, a Amarb (Associação dos Moradores e Amigos da Roseira e Borda do Campo) e a Associação Borda Viva. Nascia, então, a iniciativa que destina produtos como cintos de segurança, restos de tecido e de couro para serem transformados por costureiras em bolsas, mochilas, nécessaires e outros itens e vendidos ao público final.

Na Fundação Grupo Volkswagen, a iniciativa de upcycling nasceu em 2009, com o projeto Costurando o Futuro. Por meio dele, costureiras de comunidades do entorno da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP) têm à mão, além dos cintos de segurança, também tecidos automotivos que seriam descartados.

Outras montadoras como Toyota e BMW também têm ações de upcycling. A produção do projeto Retornar da Toyota fica com as cooperativas Uni Arte, em Indaiatuba, e ASCA (Associação Social Comunidade de Amor) em Sorocaba, ambas no interior de São Paulo. Já o projeto Upcycle Element, da BMW, trabalha com costureiras participantes que moram no entorno da unidade.

Do Valor Econômico