Combate ao racismo: ações afirmativas*

As principais propostas para vencer o preconceito estão agrupadas em uma categoria chamada ações afirmativas.

Essas políticas reconhecem que existem grupos com menos oportunidades e, para que tenham as mesmas chances, oferecem a eles alguns privilégios até que o problema se resolva.

Já existem no Brasil algumas leis afirmativas em relação a mulheres e a deficientes, mas as políticas em relação a negros só agora dão seus primeiros passos.

“Auxiliar mulheres não fere interesses de ninguém. Elas são filhas, mães e irmãs de todo o mundo. Já os negros são uma competição de verdade”, diz o sociólogo Antônio Sérgio. Entre os exemplos de políticas afirmativas estão estabelecer metas para aumentar a presença de negros em empresas ou em cargos de chefia, fixar um número mínimo de atores não brancos em comerciais e programas de televisão, dar preferência a candidatos negros e pardos em caso de empate em processos de seleção, privilegiar firmas que tenham mais negros entre seus funcionários ou registrar as terras remanescentes de quilombos.

As ações afirmativas, no entanto, são apenas parte da solução. É preciso também punir as manifestações de racismo, garantir que crimes cometidos por negros sejam julgados com a mesma justiça que os realizados pelos brancos nem que os negros virem alvo de violência policial.

Também é importante incluir o negro em propagandas, livros didáticos e manifestações artísticas. Para coordenar essas ações, o governo federal inaugurou no mês passado a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial.

Departamento de Formação

* Trecho do artigo Vencendo na Raça, de autoria de Rafael Kenski, publicado originalmente na Revista SuperInteressante on line, em 3 de maio de 2003.