“Combustível do Futuro”: biometano pode ganhar espaço do diesel em caminhões, diz CEO da Abiogás

Com a sanção presidencial do Projeto de Lei do Combustível do Futuro, na semana passada, o biometano ganha pela primeira vez uma política pública no País, o que deve ajudar a deslanchar o biocombustível no mercado brasileiro, disse a presidente da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), Renata Isfer.

Apesar de ainda depender de regulamentação, o sinal que será dado ao mercado pela nova lei pode acelerar a substituição do diesel pelo biometano, principalmente em caminhões, um mercado que, segundo a executiva, está pronto para receber o novo combustível.

O biometano é produzido a partir do biogás, que por sua vez tem como origem resíduos orgânicos, e custa mais barato que o diesel fóssil, além de emitir 89% menos gases efeito estufa (GEE) do que o gás natural, considerado o combustível da transição energética. “É um ganho duplo. Você está descarbonizando os dois lados (resíduos e biometano), para produzir e para usar. Você resolve dois problemas”, avaliou Isfer.

Atualmente, apenas oito unidades possuem autorização para comercializar biometano no Brasil, com uma produção de 614.681 metros cúbicos normais por dia (Nm3/d), enquanto 29 aguardam autorização. A previsão da Abiogás é de que, até 2032, o parque do biocombustível chegue a 194 plantas, com produção estimada de 7,9 milhões de Nm3/d. Em 2025, a expectativa é de que o Brasil já esteja produzindo 3 milhões de Nm3/d, informou.

Do O Estado de S. Paulo Online