Começa mais uma campanha salarial

Foi dada a largada para mais uma campanha salarial dos metalúrgicos, porém, dessa vez, em conjunto com outras categorias cutistas com data-base no segundo semestre. O dado novo deste ano é a possibilidade de demissões em virtude do racionamento de energia elétrica. Mas, queremos, aqui, destacar mais uma vez a necessidade de lutarmos para manter a estabilidade do acidentado e do doente profissional.

O tema não é novo e já foi abordado nesta coluna em diversas outras oportunidades, mas nunca é demais tratá-lo, ante a sua relevância no setor metalúrgico. A nossa Convenção Coletiva de Trabalho – CCT, tem uma cláusula que garante emprego e salários a todo trabalhador que se acidentar no trabalho ou que adquirir moléstia profissional, desde a data do acidente ou da constatação da doença, até a data em que o trabalhador teria direito à sua aposentadoria.

Porém, alguns requisitos são necessários para adquirir esse direito. O acidente, ou moléstia, tem que ter ocorrido no trabalho exercido; tem que ocorrer a sua diminuição de capacidade de trabalho na função em que o fato se deu; e ter condições de ser adaptado para outra atividade compatível com a sua situação física atual.

Essa garantia é importantíssima numa categoria como a nossa, repleta de trabalhadores sequelados por máquinas obsoletas e sem a devida manutenção, portadores de lesões por esforços repetitivos (LER), com perda auditiva induzida por ruído (PAIR), com complicações da coluna e hérnia discal.

No entanto, o empresariado vê essa garantia como um ônus, motivo do ataque que a cláusula de estabilidade do acidentado vem sofrendo todo ano por ocasião da renovação da CCT.

Nós, metalúrgicos do ABC e demais sindicatos do mesmo ramo ligados à CUT, somos os únicos que ainda resistem e mantém essa garantia na CCT, já que outros sindicatos, de outras centrais sindicais, infelizmente, negociaram e abriram mão da estabilidade, em prejuízo dos seus associados.