Começou a choradeira de patrão com a 158
Os patrões já se articulam
contra a
convenção 158
da Organização
Internacional
do Trabalho
(OIT) que
impede as demissões
imotivadas.
O texto da convenção
está no Congresso e só precisa
ser votado pelo Senado,
já que foi aprovado pela
Câmara dos Deputados em
1995, porém vetado no ano
seguinte pelo governo FHC,
que na época atendeu a um
pedido dos patrões.
Segundo a Confederação
Nacional da Indústria
(CNI), a convenção comprometerá
a competitividade
das empresas e poderá
reduzir a oferta de empregos
formais no país.
“É uma medida que aumenta
a insegurança jurídica
no Brasil e representa um
retrocesso para o ambiente
de negócios”, disse o presidente
da CNI, Armando
Monteiro Neto.
Essa posição dos patrões é um outro
atentado
contra o avanço
dos direitos
dos trabalhadores.
“Eles querem
manter a
rotatividade
para continuar
reduzindo salários
e eliminar direitos”,
rebate o secretário-geral do
Sindicato, Rafael Marques.
“Num ambiente favorável
ao crescimento econômico,
como o que presenciamos
agora, a choradeira dos
patrões não tem fundamento
e é completamente descabida
por quem quer manter
o mecanismo perverso da
rotatividade”, continua o
dirigente.
Rafael lembra estudo
da Confederação Nacional
dos Metalúrgicos da CUT
(CNM-CUT), mostrando
que em 2006 o governo federal
gastou mais de R$ 10
bilhões para pagar o segurodesemprego.
Neste ano a previsão é
gastar mais de R$ 12 bilhões
para atender cerca de 10 milhões
de trabalhadores que
deverão ser demitidos sem
justa causa e com mais de
seis meses de trabalho
Juízes do trabalho
apóiam convenção
A Associação Nacional
dos Magistrados do
Trabalho (Anamatra) saiu
em defesa da convenção.
“É necessária a manutenção
do sistema de
proteção ao trabalho integrado
das normas protetoras
gerais e irrenunciáveis
contidas nas convenções
da OIT e na Constituição
Federal”, lembrou Cláudio
Montesso, presidente da
entidade, enfatizando a
posição da Anamatra contra
todas as tentativas de
flexibilização dos direitos
trabalhistas.