Comissão Arns cobra punição de responsáveis por ataque a área do MST na Bahia
Em nota, Comissão cobra “ação rápida” do governo da Bahia para a “identificação e responsabilização de mandantes e executores do crime perpetrado contra a comunidade de Fábio Henrique”
Foto: Divulgação
Ataque a assentamento do MST foi executado por cerca de 20 homens
São Paulo – A Comissão Arns divulgou nota pública nesta sexta-feira (5) cobrando a identificação e a punição dos responsáveis pelo ataque ao Assentamento Fábio Henrique, na cidade de Prado, sul da Bahia, no último domingo (31). Na ocasião, cerca de 20 homens encapuzados e armados chegaram ao local atirando em direção aos trabalhadores que estavam reunidos em assembleia.
“É inaceitável que um bando de 20 homens armados invada um assentamento onde agricultores vivem e produzem de modo pacífico, com o objetivo de atentar contra a vida e a liberdade de crianças, idosos, mulheres e homens da comunidade”, diz o texto. “Diante de violência tão inominável, a Comissão Arns, fiel ao seu compromisso de defesa dos direitos humanos, cobra ação rápida do governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a identificação e responsabilização de mandantes e executores do crime perpetrado contra a comunidade de Fábio Henrique.”
A Comissão Arns também alerta para a necessidade de se garantir a segurança durante a exibição do filme Marighella, amanhã (6), no Assentamento Jaci Rocha, também na cidade de Prado.
“Cobramos também a manutenção do reforço policial no local dos ataques, para garantir segurança às famílias que hoje vivem sob o trauma da violência sofrida. E, por fim, mas não por último, que essas famílias possam assistir neste sábado, 6 de novembro, em clima de paz, união e concórdia, ao filme ‘Marighella’, do diretor Wagner Moura, cuja exibição já estava prevista quando o atentado criminoso aconteceu.”
‘Momento de terror’
No Jornal Brasil Atual de terça-feira (2), a dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Eliane Oliveira fez um relato emocionado do ataque sofrido pelas famílias camponesas no assentamento, que existe há 15 anos anos no sul da Bahia e ainda não foi reconhecido oficialmente pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
“Foi um momento de muito terror e, inclusive, é muito difícil de lembrar. Muitos tiros, com armas pesadas. Coisa de milícia mesmo”, contou a integrante da direção estadual do movimento na Bahia. “Tudo que temos recebido, áudios, fotos, vídeos, temos colocado na mão das autoridades. Mas infelizmente, até o momento, a gente não vê uma reação positiva por parte da Justiça”, disse.