Comissão das Metalúrgicas planeja atuação em defesa dos direitos

Foto: Edu Guimarães

Para aprofundar o debate e de­terminar ações para o mandato 2017-2020, as integrantes da Co­missão das Metalúrgicas do ABC parti­ciparam do Seminário de Planejamento nos dias 17 e 18, no Centro de Formação Celso Daniel, ao lado da Sede.

As dirigentes debateram os prin­cipais temas e os desafios na atual conjuntura de ataques contra a classe trabalhadora, ouviram palestras e par­ticiparam de dinâmicas.

“Em momentos de crise, com os retrocessos que representam as refor­mas Trabalhista e da Previdência, as mulheres são muito mais atingidas do que os homens. Temos que estar mais organizadas para enfrentar os desafios e o debate na sociedade”, afirmou a diretora executiva do Sindicato respon­sável pelo Departamento de Formação, Michelle Marques.

Entre os ataques está a adoção da idade mínima para mulheres de 62 anos para aposentadoria contida na reforma. “Além da gravidade da refor­ma para toda a sociedade, as mulheres vão ser mais prejudicadas com essa medida que amplia a desigualdade no País”, explicou.

“O País nem alcançou, infelizmen­te, uma jornada igual para homens e mulheres, e as mulheres ainda perdem um direito conquistado de se aposentar cinco anos antes. São as mulheres que, além da jornada de trabalho, cuidam dos filhos e da casa”, prosseguiu.

A diretora ressaltou que a formação é essencial para o fortalecimento da luta. “É importante planejar todas as ações que vamos fazer. O machismo está mui­to impregnado em todas as instâncias da sociedade, que cobra das mulheres mais qualificação para atingir o patamar de igualdade”, disse.

“As CSEs vivem em um mundo masculino nas fábricas e o plane­jamento foi muito produtivo para integrar as companheiras e ver que todas passam pelas mesmas situações”, contou.

A coordenadora da Comissão das Me­talúrgicas do ABC, Maria do Amparo Ra­mos, explicou o objetivo do planejamento.

“O seminário foi um espaço importante para fazer o exercício de empodera­mento das mulheres e da representação feminina na base. Em todas as situações de crise e demissões, observamos que as mulheres perdem o dobro de repre­sentatividade em todas as instâncias”, afirmou.

“A Comissão é de cidadania do Sin­dicato e temos que atuar nos diversos espaços possíveis, não só para o enfren­tamento ao machismo, mas em todos os temas de interesse da classe trabalha­dora”, disse.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, ressaltou a impor­tância do papel das metalúrgicas do ABC frente aos desafios. “O fortale­cimento da categoria passa por cada dirigente para fazer a luta no chão de fábrica e em todos os fóruns de discus­são possíveis, com qualificação, unidade e companheirismo”, concluiu.

O que é sororidade?

A origem da palavra vem do latim sóror, que significa irmãs. É a união entre as mulhe­res, baseada na empatia e no companheiris­mo, em busca da igualdade entre os gêneros.

Da Redação.