Comissão de Direitos Humanos da Câmara analisa denúncia sobre fechamento da Ford
A decisão da Ford de encerrar sua produção no Brasil, seus impactos ao país e o descumprimento aos acordos de direitos humanos serão discutidos hoje, às 15h, em audiência virtual da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
A audiência foi agendada após denúncia dos diretores executivos dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Caramelo e Aroaldo Oliveira da Silva, este também presidente da IndustriALL Brasil. Também assina o pedido o presidente da Unisol Brasil (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários), Leo Pinho.
Caramelo esteve na assembleia do Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) na segunda-feira, dia 1º, para explicar o processo aos trabalhadores na Ford Taubaté.
“Articulamos uma denúncia contra a Ford por descumprimento a vários acordos. Esperamos que a Ford respeite o trabalho e os trabalhadores no Brasil e que possamos reaver os benefícios definidos nesses acordos”, afirmou.
A denúncia destaca pontos como a falta de comunicação prévia da decisão da montadora aos governos federal e estaduais e a ausência de negociação com os representantes dos trabalhadores. Ressalta que o fechamento das fábricas em Taubaté, Camaçari e Horizonte configura violação de princípios de direitos humanos e econômicos da ONU (Organização das Nações Unidas) e afronta diretrizes da OCDE (Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento) para multinacionais.
Conselho Nacional
O caso Ford também será tema da plenária Nacional do Conselho de Direitos Humanos, amanhã, às 11h. O Conselho reúne representantes do governo, judiciário, legislativo e sociedade civil.
“Uma das iniciativas que vamos apresentar nas discussões é o PL (Projeto de Lei) pela nacionalização da Ford. O fechamento é uma medida arbitrária da Ford, que recebeu incentivos fiscais e investimentos do Brasil via BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Vamos votar uma recomendação pelo PL para manter os postos de trabalho com a criação de uma montadora nacional controlada pelos trabalhadores”, contou Leo Pinho.
Com informações do Sindmetau.