Comissão de Fábrica na Ford faz 25 anos
Do autoritarismo e da repressão no local de trabalho às negociações de um novo veículo na planta do Taboão, a primeira Comissão de Fábrica conquistada pelos metalúrgicos do ABC completa 25 anos.
Dois atos comemoram a conquista da Comissão de Fábrica dos Trabalhadores na Ford, ocorrida há 25 anos, no dia 21 de julho de 1981. Em homenagem a primeira Comissão de Fábrica conquistada pelos trabalhadores na base, às 19h de hoje será realizada uma sessão solene na Câmara Municipal de São Bernardo. Já confirmaram presença no ato companheiros que passaram pela Comissão em todos estes anos.
No próximo dia 21 de julho, sexta-feira da semana que vem, as comemorações prosseguem na Sede do Sindicato, a partir das 18h, com a abertura de uma exposição de fotos que mostra a história das lutas nestes 25 anos.
No mesmo dia, será lançado um DVD com imagens e depoimentos dos trabalhadores, militantes e dirigentes do período. Haverá também um ato político.
“Toda a categoria e quem é solidário às nossas lutas estão convidados a participar destes momentos de alegria e de festa”, é o convite do SUR e do CSE. “Será muito importante que os atos tenham a presença dos trabalhadores, militantes e dirigentes da Comissão na Ford que participaram das lutas, vitórias e momentos difíceis que vivemos em todos esses 25 anos”, completa João Cayres, coordenador do SUR.
Trabalhadores sustentaram a organização
O autoritarismo da empresa na época, a repressão das chefias, a falta de diálogo com os trabalhadores na Ford levaram os companheiros a buscar a organização no local de trabalho como a melhor forma para defender seus interesses.
A partir da conquista da Comissão mudou tudo. “Os trabalhadores passaram a ter um instrumento para representar suas reivindicações diante da fábrica”, conta Cláudio Teixeira, o Zuza, coordenador do CSE. “Ninguém mais andou de cabeça baixa e o relacionamento foi evoluindo até chegarmos a discutir questões vitais para o emprego dos companheiros como a vinda de um novo produto para a Ford”, afirma.
Zuza lembra que o início foi árduo, com muitos conflitos entre Comissão e empresa. “A representação só completa 25 anos porque os trabalhadores na Ford deram sustentação à sua organização em todos os momentos da luta e sempre entenderam a necessidade de terem uma Comissão de Fábrica. Naquele momento e até os dias de hoje”, conclui o dirigente.