Comissão de Igualdade Racial repudia massacre promovido pela polícia do Rio de Janeiro
“Combater o crime deve ser tarefa do Estado de Direito, com firmeza, mas sem violar direitos humanos”

A Comissão de Igualdade Racial manifestou profundo repúdio ao massacre ocorrido no Rio de Janeiro, em 28 de outubro, resultado direto da política de segurança implementada pelo governo de Cláudio Castro (PL). A ação, marcada pela violência extrema, deixou pelo menos 120 mortos, entre moradores de comunidades e policiais militares, durante a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, contra a facção Comando Vermelho.
Para Daniel Bispo Calazans, secretário-geral da CUT-SP e CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Scania, o episódio escancara a tragédia que recai, de forma recorrente, sobre a população negra e periférica. “Desumano, sanguinário e racista foi o que vimos. É inadmissível que vidas sigam sendo tratadas como alvo de um projeto de segurança que não protege, mas extermina”, afirmou.
A Comissão reforça que defende a vida e exige a responsabilização de todos os envolvidos em ações que a coloquem em risco. “Combater o crime deve ser tarefa do Estado de Direito, com firmeza, mas sem violar direitos humanos, sem discriminar cor, território ou condição social. O caminho passa por políticas preventivas, investimentos reais em inclusão e por uma segurança pública comprometida com o bem-estar social, e não com a produção de tragédias anunciadas.
“Precisamos de uma polícia que previna, que proteja e que inclua, e não de operações que transformam comunidades inteiras em campo de guerra”, conclui dirigente.