Comissão na Volks desmascara empresa e prefeitura
A Volks e a Prefeitura
de São Bernardo parecem
estar brincando com a saúde
e a segurança dos trabalhadores
na empresa.
Um dos problemas está
com o túnel sob a Via Anchieta,
que liga a portaria da
fábrica com a avenida Dr.
José Fornari.
Após diversos protestos,
no último dia 6 a Prefeitura
mandou correspondência
ao Sindicato na qual
informa que, em parceria
com a VW, instalou câmeras
para monitorar a passagem.
Diz também que a Guarda
Municipal passou a fazer
rondas nas proximidades.
Nada feito – Só que a Comissão de
Fábrica foi verificar e não
achou nada. “Não encontramos
qualquer câmera no
túnel ou próximo a ele, que
continua imundo, sendo
usado como banheiro e por
usuários e traficantes de drogas”,
protesta Luiz Carlos da
Silva Dias, o Luizão, da CF.
“Também não encontramos
a ronda policial. Isto
é, quem usa a passagem continua
totalmente desprotegido”,
prossegue o dirigente.
Luizão reclama também
que a Volks e a Prefeitura
anunciaram as providências
sem qualquer consulta a CF,
que já mapeou o local e conhecem
os problemas que
realmente existem lá.
Trabalhador tem dedos mutilados
Mais uma prova do descaso
da Volks ficou patente
na segunda-feira, quando só
ao chegar na fábrica a CF foi
informada pela Volks que,
na última sexta-feira, um
companheiro da estamparia
teve metade de dois dedos
da mão esquerda amputados
após sofrer um acidente em
uma prensa manual.
“A fábrica não adotou
os procedimentos habituais,
como convocar uma reunião
para comunicar e debater
o ocorrido, propondo mudanças
para que o problema
não volte a ocorrer. Isso
mostra que os responsáveis
pela área se omitiram”, denuncia
Luizão. “Agiram sem
qualquer preocupação com a
saúde do trabalhador”.
Sipat – O auge do descaso da
Volks com a saúde dos companheiros
aconteceu com a
Sipat que ocorre esta semana.
Além de não discutir com
a CF o tema e as linhas de
debate como sempre, a empresa
marcou o evento para
a semana em que os novos
cipeiros (representantes) são
obrigados a fazer um curso
para assumir os cargos, já que
foram eleitos dias 8 e 9.
“A empresa fez isso
com a intenção de impedir
a participação da representação
sindical nos debates”,
acusa Luizão.
“Mas vamos dar o troco
contra essa intransigência da
fábrica, que parece querer
voltar ao início dos anos 80,
quando decidia tudo sozinha
e tentava enfiar as medidas
goela abaixo dos trabalhadores”,
conclui o dirigente.