Comitê Mundial de Saúde e Segurança da ArcelorMittal reúne-se na Argentina

Entre 1 e 3 de março, os membros do Comitê participaram de encontro na planta da Acindar, em Villa Constitución, na Argentina. O secretário de Finanças da CNM/CUT, José Wagner de Oliveira é o representante dos trabalhadores da América do Sul no grupo

O Comitê de Saúde e Segurança é formado a partir de uma composição paritária tem representantes dos trabalhadores de várias países. Durante os encontros, este comitê dialoga separadamente com sindicalistas e a gerência da empresa visitada, que passam seus respectivos pontos de vista sobre as questões de saúde e segurança no interior da fábrica.

“Após essa conversa, uma auditoria é realizada dentro da ArcelorMittal para que o comitê possa constatar os relatos e, por fim, o comitê faz um relato das condições às duas partes”, disse o secretário de Finanças e coordenador do setor siderúrgico da CNM/CUT, José Wagner de Oliveira, que é o representante dos trabalhadores da América do Sul no grupo.

Além desta visita à Argentina, o comitê mundial já visitou empresas do grupo ArcelorMittal no Cazaquistão, Brasil, México, República Tcheca, Romênia, Estados Unidos, África do Sul e Ucrânia.

Segundo Wagner, a argentina Acindar apresentou uma boa impressão inicial, mas durante a visita, a auditoria do comitê recomendou algumas melhorias que deverão  ser realizadas pela empresa. “Estas sugestões de melhorias sempre ocorrem em todas as visitas realizadas”, afirmou.

Para o representante brasileiro, um diferencial encontrado na Argentina em relação ao Brasil é que logo após a assinatura do acordo em 2008 entre a a Federação Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas (FITIM) e a  Corporate ArcelorMittal, é que à época em que o comitê mundial foi criado, recomendou-se a todas as plantas do mundo que também criassem os comitês locais. “Na Argentina isso ocorreu de imediato enquanto nas plantas do Brasil, até hoje ainda não se discute as criações destes comitês”, constatou.

Outro avanço relatado na Argentina, na planta da Acindar, é que a lei de comitê paritário de saúde e segurança da Argentina não prevê que o sindicato possa indicar quem serão os representantes. “Mas um acordo com a empresa permite que o sindicato indique seus delegados que vão representar os trabalhadores no comitê local de saúde e segurança.”

José Wagner acredita as discussões sobre saúde e segurança são mais eficientes no local de trabalho e que os sindicatos deveriam negociar um modelo em que a CIPA pudesse ter indicação do sindicato e funcionar como uma espécie de comitê local de saúde e segurança.

A próxima visita do comitê misto mundial acontece no Brasil, na planta de Tubarão-ES, neste mês. Nos últimos dois anos, esta planta registrou três acidentes fatais.

Da CNM/CUT (Valter Bittencourt)