Como a Selic influi na economia

A Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos e é considerada a taxa básica de juros da economia.

O objetivo do governo com o aumento da taxa de juros é controlar a inflação. Entretanto, isto é ineficaz, já que a medida não tem efeito sobre os preços administrados como energia elétrica e telefonia, nem sobre os preços das commodities (aço, petróleo etc.), que atualmente mais pressionam a inflação. Ao invés do controle da inflação, o aumento dos juros têm um efeito paralisador na economia. Exatamente o inverso do que todos desejamos – crescimento com emprego e renda.

As taxas de juros reais no Brasil são as maiores do mundo e estão na contramão da média do mercado, que vem apresentando recuo nas taxas de janeiro para cá.
Os efeitos dos juros altos na economia são perversos. Desestimulam o consumo, principalmente de bens de valor mais elevado que necessitam de financiamento como automóveis e eletroeletrônicos.

Juros mais altos significam financiamentos mais caros, restringem os investimentos privados, já que os empresários no momento de planejar seus investimentos, comparam a rentabilidade prevista dos investimentos com os ganhos da aplicação em títulos públicos.

O aumento dos juros só é bom para quem compra títulos do governo federal, os bancos e os fundos de investimento. Não é por acaso que os bancos continuam a bater recordes de lucro nos últimos anos.

Também não é por acaso que trabalhadores, empresários e intelectuais, encabeçados pela CUT , lançaram campanha pela ampliação e democratização do Conselho Monetário Nacional. Trata-se de marcar uma posição clara quanto à necessidade de se ter outros olhares além do estritamente monetário praticado pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central. O recado foi claro. Vamos aguardar os desdobramentos desse movimento.

Subseções Dieese CUT Nacional e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC