Como as fabricantes instaladas no Brasil estão reagindo ao avanço das marcas chinesas?
Carros estão baixando de preço para competir com os chineses; Anfavea pede cobrança de imposto para veículos importados do país asiático
Qualquer entrada de uma nova grande empresa no mercado gera impacto para as que já estão instaladas no país, independentemente do setor. Mas a invasão das novas fábricas chinesas está mexendo mais do que o normal com o setor automobilístico mundial — no Brasil, principalmente quando o assunto são carros híbridos e elétricos. Por aqui, montadoras tradicionais reduziram consideravelmente o preço de alguns carros depois da chegada dos elétricos BYD Dolphin e GWM Ora 03, ambos partindo de R$ 150 mil e produzidos no país asiático.
A GWM também movimentou o mercado com o Haval H6, SUV híbrido que custa R$ 214 mil na versão normal e R$ 269 mil na plug-in — que carrega na tomada. Contudo, existe muita polêmica por causa dos carros chineses na Europa e no Brasil, o que pode até resultar em imposto de importação. Como reflexo de tudo isso, a Renault baixou o preço do Kwid E-tech de R$ 149.990 para R$ 139.990, queda de 6,6%. A Peugeot reduziu o valor do e-2008 de R$ 269.990 para R$ 209.990, 20% a menos. E o movimento não para por aí. O Hyundai Kona foi de R$ 219.990 para R$ 189.990, queda de 13,6%.
Recentemente, a Volvo abriu pré-venda do EX30 com preço muito menor do que o especulado na apresentação do modelo. Em junho, a expectativa era de que o SUV elétrico custasse de R$ 250 mil a R$ 260 mil, porém o valor parte de R$ 219.990 e chega, no máximo, a R$ 269.950. Isso tudo tem explicação, e as marcas europeias estão bem incomodadas.
A União Europeia abriu investigação sobre os subsídios estatais chineses para carros elétricos por “distorcer o mercado”. A presidente do bloco europeu, Ursula von der Leyen, diz que os países estão perdendo competitividade porque os preços dos chineses são muito abaixo dos do mercado. No Brasil, há um movimento semelhante.
Do AutoEsporte