Como as montadoras de veículos tentam atrair mais consumidores

O mercado automotivo brasileiro, que responde por 20% do PIB industrial, deu um salto no ano passado, com aumento de 9,7% na produção. Para animar o consumidor a gastar, o investimento em marketing já havia subido no ano anterior, na faixa de 25%. Neste ano, a projeção do setor é produzir 6,3% mais, enquanto as estratégias de marketing seguem em constante revisão. Isso porque as montadoras tradicionais têm novas rivais, em especial as marcas chinesas, e boa parte do público jovem não tem o carro como sonho de consumo.

A televisão ainda é um canal relevante para o setor, mas assim como outras empresas de consumo, a comunicação das montadoras passou a ser feita em diversos canais como digital, eventos, mobiliário urbano etc. No ano passado, cinco montadoras investiram mais de R$ 330 milhões em publicidade televisiva em São Paulo, segundo a Tunad, empresa que captura sinais de TV aberta e paga. O executivo de estratégia e operações da Tunad, Ricardo Monteiro, diz que “as duas montadoras chinesas BYD e GWM [focadas em veículos elétricos] vieram com força. E TV paga mostra forte atividade”.

O setor é representativo para a publicidade e em 2023 seu investimento cresceu 25% em comparação com 2022, segundo a Kantar Ibope Media. Além dos novos concorrentes, atrair o consumidor jovem, que vê o carro muito mais como uma opção de mobilidade ao transporte público do que como um bem, é outro desafio para as montadoras. Programas de carros compartilhados, locação e assinatura de veículos têm sido explorados, de olho nas novas gerações.

Aprimorar o uso de softwares de gestão do relacionamento com clientes (CRM, na sigla em inglês) é uma prioridade do marketing no setor automotivo para garantir que o retorno sobre as campanhas seja mais eficiente. As projeções de desaceleração econômica para 2025 tornam ainda mais relevante a gestão da base de clientes do mercado automotivo. As vendas de carros e comerciais leves cresceram 14% no país em 2024 e as projeções para 2025 são de alta de 5%, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Do Valor Econômico