Como iniciou a crise dos chips que afeta o setor automotivo

Maioria dos chips é produzida na Europa e finalizada na China e não está claro quanto tempo os estoques vão durar

A nova “crise dos chips” temida pelo setor automotivo brasileiro é derivada de disputas entre Holanda e China envolvendo a fabricante de microprocessadores Nexperia. A preocupação começou há alguns dias na Europa, com montadoras instaladas no continente, como a Volkswagen, citando risco de paralisação de produção por falta de componentes.

A China proibiu exportações de produtos da Nexperia, o que atingiu redes de fornecedores de montadoras que além da Volkswagen incluem BMW e Mercedes. Pequim anunciou as restrições depois que o governo holandês assumiu o controle da Nexperia devido a questões de propriedade intelectual relacionadas à controladora chinesa Wingtech, que foi colocada em uma lista do governo dos Estados Unidos no ano passado, sinalizando-a como um possível risco à segurança nacional norte-americana.

A Nexperia fabrica chips que não são considerados sofisticados, mas são necessários em grandes volumes e amplamente utilizados nas indústrias automotiva e de eletrônicos de consumo. A maioria dos chips da empresa é produzida na Europa e finalizada na China e não está claro quanto tempo os estoques vão durar.

Fontes do setor afirmaram à Reuters que a troca de fornecedores é possível, com a Infineon, NXP e Texas Instruments sendo citadas como possíveis alternativas, mas isso demanda tempo devido aos processos de aprovação necessários pelas montadoras. Segundo a Anfavea, um veículo moderno usa, em média, de 1.000 a 3.000 chips. “Sem esses componentes, as fabricantes não conseguem manter a linha de produção em andamento”, afirmou a entidade.

Do Motor Show