Como o Volkswagen Tera sacudiu o mercado de carros no Brasil

Especialista da Bright Consulting analisa o que os primeiros meses do VW Tera revelam sobre participação e dinâmica competitiva no setor

O lançamento do Volkswagen Tera, em maio de 2025, trouxe efeitos imediatos ao mercado de veículos leves. Em um trimestre de retração – entre junho e agosto, o setor caiu 1,0% em relação a 2024 – a Volkswagen destoou, com crescimento de 13,8% em volume e ganho de 2,3 pp em participação.

Esse desempenho ocorreu em um cenário heterogêneo: Fiat manteve-se estável, Hyundai mostrou resiliência, enquanto Toyota, Renault e GM tiveram quedas mais expressivas. O Tera foi o principal responsável por esse movimento. Entre junho e agosto, somou quase 10 mil unidades emplacadas, o que corresponde a cerca de 70% do crescimento líquido da marca em relação a 2024.

Além do volume, chama atenção o perfil das vendas: preços entre R$ 105 mil e R$ 140 mil e predominância das versões de maior valor agregado, com 63% das vendas na versão Highline. No restante do portfólio, os resultados foram positivos em modelos de grande giro, como T-Cross, Virtus, Saveiro e Polo Track. As quedas se concentraram em veículos de ciclo distinto, como Taos e Amarok, enquanto outros modelos tiveram oscilações menores.

No total, a base existente adicionou mais de 4 mil unidades, sugerindo efeito complementar ao Tera e não apenas substituição interna. No campo competitivo, houve trajetórias variadas. Argo e Pulse avançaram, enquanto Onix e Kicks recuaram. Entre as marcas, Honda, Jeep, Renault e Toyota perderam participação, enquanto Hyundai obteve leve ganho. Isso indica que o Tera conquistou espaço não apenas frente a SUVs, mas também em parte do fluxo de hatches de alto giro.

Do Terra