Como pressão das montadoras pode ajudar no combate ao preconceito

Dizia parte do comunicado publicado pela Fiat em seu perfil @fiatbr no Instagram, na tarde da terça-feira, 26: “A Fiat declarou seu repúdio a toda e qualquer expressão de cunho homofóbico, considerando inaceitáveis as manifestações movidas por preconceito, ímpeto desrespeitoso ou excludente”.

Uma das maiores patrocinadoras do time de vôlei Fiat Minas Gerdau a montadora falou ao público e sua postura foi, também, uma forma de pressionar a direção do clube a tomar, ou cobrar, outra atitude do atleta Maurício Souza, que dias antes, na mesma rede, publicou declarações homofóbicas e atacou a população LGBTQI+, tendo como pano de fundo uma história em quadrinhos do Super-Homem.

A posição da Fiat teve algum efeito: no dia seguinte o jogador foi demitido do clube, após usar, mais uma vez, o Instagram para pedir desculpas sem, de fato, demonstrar arrependimento ou vontade de se desculpar. O famoso “me desculpe quem se sentiu ofendido”. A posição da Fiat, e aqui cabe parênteses para nossos parabéns por ela, chama a atenção pelo seu contexto, em uma indústria historicamente machista.

A Fiat vem tentando se desvencilhar deste paradigma adotando práticas internas para reduzir os comentários homofóbicos no chão de fábrica e nos escritórios, mas que, nós sabemos, é algo que demanda um certo tempo e, por que não dizer, mais vontade dos líderes. Ainda é muito pouco diante de diversas manifestações machistas do passado e do presente dentro das organizações, mas já é um primeiro passo.

Do UOL