Como romper com a camisa de força neoliberal dos juros altos em 2025?
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A taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, está atualmente em 14,75% ao ano. Essa taxa foi definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central em sua reunião de 7 de maio de 2025. Nas últimas cinco reuniões do órgão, a Selic foi de 10,50% em setembro de 2024 para os atuais 14,75%.
As consequências da alta dos juros são extremamente negativas para o conjunto da sociedade. Além de elevar o custo dos empréstimos para as pessoas físicas, criam obstáculos reais aos investimentos das empresas, especialmente do setor produtivo. Além disso, aprofunda a desigualdade social ao transferir para um pequeno grupo de bancos e instituições financeiras, bilhões de reais que poderiam ser investidos em saúde, educação, habitação etc.
Segundo o Banco Central, nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2025, o governo gastou cerca de R$ 924 bilhões em juros, esse montante representa uma elevação 23,5% a mais em relação aos 12 meses anteriores. Quanto mais aumenta o valor da rolagem da dívida pública, maior é a pressão do mercado financeiro para que o governo priorize a austeridade fiscal e promova superávits primários gerando cortes no orçamento federal.
Para o setor industrial, a alta dos juros representa um desestímulo a uma expansão sustentável que permita a retomada da participação da indústria no crescimento econômico gerando empregos de qualidade, pesquisa e inovação tecnológica. Precisamos superar essa lógica, sob risco de inviabilizarmos o processo de retomada sustentável da economia mantendo a política econômica limitada a curto prazo e, assim, sequestrando o nosso futuro como nação soberana.
Departamento de Formação