Como uma decisão da China pode deixar os carros elétricos mais caros

A China é o país com maior produção de grafite, material utilizado na fabricação de baterias para os veículos elétricos

A China vai passar a exigir permissões de exportação de grafite. A medida foi anunciada pelo governo do país na sexta-feira (20) e tem como objetivo controlar os suprimentos de minerais considerados essenciais, garantindo a segurança nacional. As restrições podem provocar grandes impactos econômicos, uma vez que o material é usado em praticamente todas as baterias de veículos elétricos.

As novas regras entram em vigor a partir de 1º de dezembro e são semelhantes às adotadas por Pequim desde 1º de agosto para dois metais de fabricação de chips, o gálio e o germânio, que reduziram as exportações e aumentaram os preços dos produtos fora do país. A exigência de licenças de exportação foi anunciada no momento em que muitos governos estrangeiros estão aumentando a pressão sobre as empresas chinesas em relação às suas práticas industriais.

A União Europeia está avaliando a possibilidade de cobrar tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China, argumentando que eles se beneficiam injustamente de subsídios. Além disso, o governo dos Estados Unidos ampliou as restrições ao acesso das empresas chinesas a semicondutores, incluindo a suspensão das vendas de chips de inteligência artificial mais avançados fabricados pela Nvidia.

O Ministério do Comércio de Pequim disse que a medida em relação ao grafite foi “conducente a garantir a segurança e a estabilidade da cadeia de suprimentos global e da cadeia industrial, e conducente a uma melhor proteção da segurança e dos interesses nacionais”. O governo chinês acrescentou que não estava visando nenhum país específico. Entre os principais compradores de grafite da China estão o Japão, os Estados Unidos, a Índia e a Coreia do Sul, de acordo com dados da alfândega chinesa.

Do Olhar Digital