Companheiros na Karmann-Ghia recebem a solidariedade de Luiz Marinho
(Fotos: Adonis Guerra)
O prefeito de São Bernardo e ex-presidente do Sindicato, Luiz Marinho, visitou ontem os trabalhadores que ocupam a Karmann-Ghia, em São Bernardo, para levar solidariedade à luta em defesa dos direitos. Na ocasião, fez a doação no valor de R$ 1 mil para a conta solidária aberta pelo Sindicato para auxiliar os companheiros que não recebem salários desde dezembro do ano passado.
Marinho conversou sobre a experiência de criação da cooperativa Uniforja, em Diadema, que acompanhou enquanto foi dirigente do Sindicato. “Transformar uma fábrica em cooperativa não é uma transição fácil, mas é um processo muito rico. É preciso muita unidade, transparência e confiança entre os companheiros”, explicou.
“É uma experiência acumulada de sucesso, que exigiu muita dedicação, organização e sacrifício, e pode ser utilizada aqui. Hoje a cooperativa é a maior forjaria da América Latina”, prosseguiu.
O prefeito desejou sorte aos companheiros. “Vim trazer a solidariedade e a esperança de que no futuro possamos voltar aqui para festejar o sucesso dos trabalhadores”, afirmou.
O presidente do Sindicato, Rafael Marques, destacou a experiência de Marinho ao liderar um processo importante na categoria durante a crise dos anos 90. “Foram encontradas soluções por meio das cooperativas como alternativa de geração de emprego e renda aos trabalhadores”, destacou.
“Peço que a categoria, marcada historicamente pela solidariedade, continue ajudando a luta dos companheiros na fábrica”, continuou.
O coordenador do CSE na fábrica, Valter Saturnino Pereira, o Valtinho, agradeceu o gesto e contou sobre a difícil situação. “É preciso muita resistência na ocupação da fábrica e todo o apoio é fundamental para fortalecer a nossa luta de pais e mães de família”, afirmou.
O Sindicato abriu uma conta corrente para receber doações aos metalúrgicos para ajudar a pagar contas básicas como água, energia e gás.
A ocupação dos trabalhadores na Karmann-Ghia teve início em 13 de maio para garantir os direitos trabalhistas e preservar o patrimônio na fábrica. A mobilização começou quando a justiça emitiu parecer confirmando que a atual diretoria não havia, de fato, cumprido com as obrigações com os antigos donos da empresa, gerando uma indefinição sobre quem são os reais proprietários da autopeças.
Os trabalhadores têm sofrido com anos de má gestão e erros de administração com sucessivos atrasos de pagamentos de salários, benefícios trabalhistas e descumprimento de acordos.
O Sindicato entrou na Justiça com pedido de falência da autopeças por abandono de patrimônio, considerada a alternativa mais viável para que se possa iniciar um processo de retomada das atividades. A decisão foi tomada após aprovação dos trabalhadores em assembleia no dia 27 de junho e a ocupação continua por tempo indeterminado.
Da Redação