Companheiros na Mahle aprovam disposição de luta

 

Os trabalhadores na empresa Mahle, em São Bernardo, aprovaram durante assembleia na tarde de ontem, disposição de luta na Campanha Salarial pela assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho, a CCT, e pela anulação dos efeitos da reforma Trabalhista. A empresa integra o Sindipeças, do Grupo 3 e não assina o acordo há três anos.

“As negociações da Campanha Salarial estão travadas na mesa de negociação porque a representação patronal insiste na retirada de direitos garantidos pela Convenção Coletiva. Precisamos priorizar agora a manutenção desses direitos”, avaliou o diretor executivo do Sindicato responsável pelas Relações Institucionais, Nelsi Rodrigues da Silva, o Morcegão.

O coordenador da regional de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, lembrou os companheiros sobre a importância de assinar o projeto de lei de iniciativa popular que pede a anulação da reforma Trabalhista. “Esta Campanha Salarial está sendo ainda mais difícil, diante deste cenário que favorece só o patrão, com o fim da ultratividade e a reforma Trabalhista aprovada. Por isso, assinar este documento e assumir a luta é fundamental”.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, conversou com os trabalhadores sobre os efeitos desastrosos para a população das medidas adotadas por este governo, como a PEC dos gastos e as reformas Trabalhista e da Previdência. “Existe um projeto de País que está em discussão para definir os rumos que o Brasil vai tomar nas próximas décadas”.

“O governo tenta convencer a população de que o trabalhador é o responsável pela dívida. Assim, tirando direitos dos trabalhadores e reformando a Previdência, sobra dinheiro para pagar a dívida com os bancos. Quem determina hoje o rumo do Brasil é o setor financeiro, não é o setor produtivo”, afirmou. “Podemos resolver a Campanha Salarial, mas nossa vida não estará resolvida. Precisamos fazer a luta necessária para que a reforma Trabalhista não seja implementada”, alertou.

Fotos: Adonis Guerra

Assembleia na Affinia (Nakata)

Na parte da manhã, os trabalhadores na empresa Affinia (Nakata), em Diadema, integrante do Grupo 3, também votaram pela mobilização e disposição de luta.

“Mesmo sem a assinatura da Convenção Coletiva no Grupo 3, tínhamos nossos direitos assegurados pela ultratividade, ainda em discussão. Por isso, a luta pela assinatura do acordo torna-se primordial”, lembrou o coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento.

  “O momento de fazer a luta é agora, não podemos deixar que ela seja aplicada, e se for necessário, partiremos para a greve”, avisou o secretáriogeral do Sindicato, Aroaldo de Oliveira da Silva. Na manhã de hoje os sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, se reúnem na sede da entidade para avaliar as possíveis propostas e definir os novos rumos da Campanha Salarial.