Companheiros na Volks estão mobilizados para o Dia do Basta

Fotos: Adonis Guerra

Os trabalhadores na Volks, em São Ber­nardo, aprovaram durante assembleia realizada na fábrica na manhã de ontem, a disposição de luta para o Dia Nacional do Basta, no próximo dia 10, e para qualquer mo­mento em que os empregos estiverem ameaçados. Eles também votaram pelo com­prometimento em defesa dos companheiros que estão em Campanha Salarial.

A data, definida pela CUT e demais centrais sindicais, terá manifestações por todo o País contra a retirada de direitos.

“O Dia do Basta será em frente à Fiesp porque foi quem bancou esse golpe contra os trabalhadores. Quando os pa­trões falavam ‘nós não vamos pagar o pato’ é porque queriam a reforma Trabalhista, a PEC dos gastos, a Terceirização ili­mitada e querem a reforma da Previdência”, destacou o dire­tor executivo dos Metalúrgicos do ABC, responsável por Po­líticas Industriais, Wellington Messias Damasceno.

“Vamos pedir o basta de desempregos. Já são 23 mi­lhões de desempregados, aí vem o governo comemorar a inflação que está na casa dos 2%, mas isso é porque não tem consumo, não tem produção. Precisa voltar a ter consumo nesse País. Precisamos que se compre carro aqui no Brasil”, reforçou.

O diretor lembrou outras pautas dos trabalhadores, a luta contra a política de pre­ços da Petrobras e o mercado rentista que só favorece quem aplica na bolsa. “Quem aqui tem dinheiro aplicado na bolsa de valores? Quem recebe em dólar? A gente não tem nada a ver com isso, a gente tem a ver com o real, com a produção e os empregos aqui. E é isso que nós vamos defender no dia 10”, enfatizou.

O dirigente destacou a im­portância de a companheirada participar, ouvir os debates, conversar com trabalhadores de outras categorias para co­nhecer as dificuldades deles no dia a dia.

O coordenador-geral da re­presentação na Volks, Wag­ner Lima, detalhou alguns assuntos internos e também evidenciou a necessidade de os trabalhadores estarem atentos ao novo regime automotivo e à participação do Sindicato nas discussões. “Precisamos ter consciência do que é o Rota 2030, porque ele mexe muito com a nossa vida. Antes do Inovar-Auto, vinha uma série de carros importados para o Brasil, e quando se vende muito importado, é crise para nós”, afirmou o coordenador.

O secretário de Formação da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, reafir­mou a relevância da discussão sobre políticas de incentivo para o setor automotivo e toda a cadeia produtiva e enfatizou a atenção às condições de trabalho com a chegada da indústria 4.0.

“Hoje se fala da indústria 4.0, da manufatura avançada, mas não avançamos com a terceira (revolução industrial), o parque de máquinas está envelhecido, o subemprego está aí. Não temos uma política que protege o setor automoti­vo, a não ser o incentivo para as montadoras. Vamos ficar quietos? Vamos deixar de dis­cutir?”, questionou.

“Se não pararmos para dis­cutir as condições de trabalho, vamos ficar com o subemprego onde as pessoas não aparecem e ganham uma miséria. É hora de fazer a reflexão e de debater política, porque do jeito que está não dá”, completou.

Da Redação.