Companhia Siderúrgica Nacional: 18 anos do massacre em Volta Redonda
Uma programação especial vai marcar os 18 anos do Massacre de Volta Redonda, ocorrido no dia 9 de novembro de 1988, quando tropas do Exército invadiram a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para reprimir uma greve, deixando um saldo de dezenas de prisões e três trabalhadores assassinados.
A paralisação havia começado dois dias antes, com os trabalhadores ocupando a usina e exigindo a implantação do turno de seis horas, reposição salarial e reintegração dos demitidos por atuação sindical.
Mesmo depois da repressão militar, a greve continuou até o dia 23 de novembro, quando os trabalhadores conquistaram todas as reivindicações.
No 1º de Maio do ano seguinte, foi erguido na praça central de Volta Redonda um memorial em homenagem aos três operário mortos.
Horas depois uma bomba destruiu o memorial, que foi reerguido e hoje continua homenageando Willian Leite, que tinha 22 anos e morreu com um tiro de metralhadora no pescoço, Valmir Monteiro, 27 anos, que recebeu um tiro de metralhadora nas costas, e Carlos Barroso, 19 anos, que teve o crânio esmagado.
Para Dom Valdir Calheiros, bispo da cidade, a invasão da usina marcou o início da implantação do neoliberalismo no Brasil.
“Nas negociações trabalhistas, o então ministro da Indústria e Comércio, Roberto Cardoso Alves, ameaçava com a privatização da CSN”, lembrou ele.
Em 1993, a usina foi privatizada quando contava com 30 mil trabalhadores incluindo o pessoal das empreiteiras. Hoje, o número de trabalhadores não alcança 5 mil.