Compra de veículos lidera financiamentos no Brasil
SPC alerta para planejamento e muita pesquisa antes de adquirir o bem
Do total das pessoas que têm algum tipo de financiamento no Brasil, 35% assinaram contratos para adquirir um veículo, aponta pesquisa encomendada pelo portal Meu Bolso Feliz, do núcleo de Educação Financeira do SPC Brasil, para estudar o uso das modalidades de crédito pelo consumidor. Deste total, os homens são a maioria, com 41%, enquanto mulheres são 30%. Outros objetivos, como reformar a casa ou quitar faculdade aparecem no fim da lista, com 4% e 3% das intenções, respectivamente. Compra de motos representam 3%.
Especialistas do site recomendam que a forma ideal de se comprar um bem é fazer um planejamento a longo prazo, aplicar o dinheiro aos poucos em um investimento e, ao final, comprar o bem a vista, podendo até barganhar um desconto no pagamento. Contudo, na prática, este projeto requer disciplina.
“As ferramentas de crédito não devem ser vistas como vilãs. Elas surgem justamente para dar vazão aos sonhos do consumidor, principalmente os de longo prazo. No entanto, essas ferramentas precisam ser utilizadas com planejamento e inteligência para o sonho não acabar virando um problema”, comenta o educador financeiro do portal, José Vignoli.
Este raciocínio não é diferente para o financiamento de veículos. Para a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor pode economizar até R$ 4 mil do valor total do financiamento de um carro novo, simplesmente pesquisando as diferenças de custo entre bancos – sem precisar aumentar o valor da entrada, nem encurtar o prazo de pagamento.
“O preço à vista é sempre o mais baixo, mas em caso de parcelamento, é preciso pesquisar muito, ficar atento à taxa de juros e calcular o custo total do financiamento e não o valor de cada parcela”, orienta.
Sobre juros, a economista alerta que as taxas não são fixas e podem ser negociadas: “Por isso é indispensável pesquisar e negociar. O consumidor pode conseguir baratear o preço dos juros dependendo da quantia que vai dar de entrada e do tamanho do prazo que vai precisar para quitar o carro. Além disso, as concessionárias costumam variar as taxas juros, dependendo da marca e do modelo do carro”, explica Marcela.
Já a tática do juro zero, extremamente utilizada nos anúncios das concessionárias, pode ser de fachada: “Na verdade, para ser juro zero, o valor financiado tem que ser exatamente igual ao valor à vista, o que quase nunca acontece”, alerta Vignoli.
Da Automotive Business