Compra do Banco Votorantim visa aquecer setor de carros usados, diz Lula
Para o presidente, a experiência do Banco Votorantim no setor de financiamento de carros será fundamental para que o Banco do Brasil reforce sua atuação neste ramo de crédito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (12) que o principal motivo da compra de parte do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil é aquecer o setor de veículos usados e, assim, impulsionar a indústria automotiva como um todo.
Segundo Lula, a experiência do Banco Votorantim no setor de financiamento de carros será fundamental para que o Banco do Brasil reforce sua atuação neste ramo de crédito.
“Compramos 50% do Banco Votorantim porque o Banco do Brasil não tem expertise em financiar carro nenhum, muito menos carro usado. E esse é um setor que se não funcionar, a gente não vê as pessoas comprarem o carro novo mesmo com a redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]”, disse Lula na abertura da 36ª edição da Couromoda, feira do setor de calçados e afins, em alusão à medida que reduziu o imposto de carros para estimular o setor em meio à crise de falta de crédito e à queda brusca nas vendas.
“Foi uma associação importante, e o Banco do Brasil vai se preparar para que a gente possa financiar carros usados para que a economia continue girando normalmente”, acrescentou o presidente.
Setor
Os preços dos carros usados caíram 2,14% em novembro. Segundo a pesquisa Autoinforme/Molicar, foi o maior recuo dos últimos oito anos, desde que o levantamento começou a ser feito.
“O impacto da crise no setor de usados foi fulminante. Os preços despencaram nos últimos dois meses e com a perda do valor do bem, muita gente deixou de trocar o usado pelo novo, desaquecendo ainda mais o movimento do setor”, informa o estudo.
Conforme o estudo, a queda de preço dos carros usados –verificada desde 2006 por conta do aumento na venda de carros novos, que aumentou a oferta no setor de usados– vinha ocorrendo de maneira mais branda, por conta da grande demanda no setor devido ao aumento do poder aquisitivo da classe média e das facilidades de financiamento.
Em relação aos carros novos, as montadoras com unidades instaladas no Brasil terminaram o ano de 2008 com 211.625 veículos no estoque, o que representa 36 dias de vendas, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O estoque ficou abaixo do resultado alarmante de novembro, quando somava mais de 305 mil veículos parados, o equivalente a 56 dias.
Da Folha Online