Comunidades pedirão legalização de quilombos a candidatos
Principal reivindicação das comunidades ainda é a demarcação da terra
Comunidades quilombolas de todo o Brasil reuniram-se neste sábado (11/09) e domingo (12/09) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, e discutiram a pauta de reivindicações que as comunidades farão aos candidatos à presidência da República e ao governo do Estado de São Paulo. A principal demanda, no entanto, é uma velha conhecida dos gestores: a demarcação e legalização das terras onde os quilombolas persistem.
De acordo com a coordenadora da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas) e integrante da comunidade quilombola Carrapatos de Tabatinga, de Minas Gerais, Sandra Maria Silva, existem em todo o país cerca de 3.500 comunidades, e só em São Paulo 480. “Consideramos quatro plataformas de discussão que formulam nossas principais reivindicações e que vão nortear as cartas que enviaremos aos candidatos, que são: regularização fundiária, políticas de fomento, instituições e parcerias e a questão ambiental. A questão da terra não sai da pauta nunca, e isso acontece porque falta a sensibilidade dos governos em preservar essa cultura, e garantir o que sempre foi nosso”, disse a coordenadora. No ABCD, não existe comunidade quilombola.
Os candidatos ao governo do Estado foram convidados para o evento, mas não compareceram. A carta de compromisso deverá ser entregue a eles ainda esta semana.
Cerca de 70 pessoas, entre representantes quilombolas estaduais e nacionais, participaram do evento, que contou com o apoio e organização do Sindicato dos Metalúrgicos, CUT (Central Única de Trabalhadores) e da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas).
As atividades foram encerradas na tarde deste domingo com as apresentações do grupo Hip Hop Realidade Negra, Batidas Africanas, de Vitor Trindade e a performance da bailarina e doutora em educação Kiusan de Oliveira.
Do ABCD Maior