Concentração de renda diminuiu no Brasil, diz IBGE
RIO – A concentração de renda no País voltou a diminuir em 2011. A renda média mensal dos trabalhos brasileiros subiu 8,3% em relação a 2009, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, de forma geral, os salários dos mais pobres aumentaram mais do que os salários dos mais ricos.
O rendimento médio do trabalhador ocupado passou de R$ 1.242,00 em 2009 para R$ 1.345,00 em 2011, com aumentos registrados em todas as regiões. A maior elevação nos rendimentos de trabalho no período (29,2%) foi observada para os 10% da população com menor renda, na faixa de R$ 144,00 para R$ 186,00. Segundo o IBGE, conforme a faixa de renda aumentava, diminuía o ritmo de crescimento do rendimento. “Os maiores aumentos ocorreram, de forma geral, nas faixas de rendimento mais baixas”, disse Maria Lucia Vieira, gerente da PNAD.
Como resultado, o Índice de Gini para os rendimentos de trabalho no Brasil recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011. Quanto mais próximo de zero, menos concentrada é a distribuição de renda.
A Região Norte foi a única a verificar aumento na concentração de renda no período. O Índice de Gini local avançou de 0,488, em 2009, para 0,496, em 2011. O resultado equivale a dizer que, em geral, a desigualdade diminuiu no Brasil, mas aumentou no Norte do País.
“Os mais pobres ganharam mais do que aqueles que têm rendimento mais elevado. Mas, na Região Norte, o Gini aumentou porque, além dos maiores aumentos terem sido nas duas últimas faixas de renda (as mais altas), a classe com rendimento mais baixo ainda teve uma pequena redução no rendimento”, acrescentou Maria Lucia.
Embora o Índice de Gini nacional venha melhorando, os 10% da população ocupada com renda mais elevada ainda concentraram 41,5% do total dos rendimentos de trabalho em 2011. Em 2009, os 10% da população com maior renda concentravam 42,5% dos rendimentos pagos aos trabalhadores brasileiros.
“A concentração de renda melhorou em relação a 2009, porém, mais de 40% do rendimento ainda são concentrados nos 10% da população com renda mais elevada”, lembrou a gerente da pesquisa.
A renda média mensal dos domicílios particulares permanentes foi estimada em R$ 2.419,00 em 2011, um aumento real de 3,3% em relação a 2009, quando era de R$ 2.341,00. Na comparação entre homens e mulheres, a renda média mensal dos homens ocupados foi de R$ 1.417,00 e a das mulheres ficou em R$ 997,00, ou seja, as mulheres recebiam 70,4% do rendimento de trabalho dos homens. Em 2009, essa proporção era de 67,1%
Do Estado de S. Paulo