Concessionárias rejeitam carros usados na compra de um zero km
Falta de crédito e aumento dos estoques restringem os negócios. Valores para a aquisição de usados chegam a R$ 8 mil abaixo da tabela
Há menos de um ano e meio, os consumidores brasileiros começaram a ser bombardeados por anúncios de taxa de juros abaixo de 2% ao mês, parcelamentos em até 84 vezes, vendas sem entrada e rápida liberação de crédito. As revendas travavam uma verdadeira batalha para o cliente sair da loja de carro zero quilômetro. Com tanto apelo, o setor de usados ficou em segundo plano e cresceu em ritmo mais lento, mas ainda era bem visto pelas concessionárias.
A situação mudou. A falta de crédito e o excesso de veículos disponíveis fizeram com que as lojas perdessem o interesse por carros usados como parte do pagamento na compra de um novo. Quem chegar hoje na concessionária e oferecer o usado como entrada, provavelmente voltará para casa sem fechar negócio.
Para pegarmos um seminovo, ele precisa estar em um estado muito bom de conservação. Mesmo assim, o cliente tem que ter consciência de que ele não vende mais o carro usado pelo preço de tabela”, afirma o gerente comercial da rede concessionária Sabrico (Volkswagen), Marcelo Frasson.
De acordo com Frasson, os valores praticados no mercado para a aquisição de veículos usados já estão entre R$ 5 mil a R$ 8 mil abaixo da tabela. “É complicado, um carro que valia R$ 20 mil há dois, três meses, hoje vale R$ 12 mil.”
Isso acontece porque os estoques das concessionárias estão cheios. A Sabrico, que trabalhava com reserva de 450 carros, agora possui 700. Para conseguir vender tantos veículos usados, montadoras, concessionários e revendedoras independentes apelam para as promoções.
“Temos de atrair o consumidor de alguma forma. Então, as montadoras trabalham com preços especiais, nós oferecemos valores atrativos nos usados utilizados como negócio para a compra de novo etc”, ressalta o gerente comercial.
A General Motors, por exemplo, resolveu organizar neste fim de semana um grande feirão em São Paulo, com foco em veículos seminovos. Já a Ford, investiu em taxas de juros promocionais em toda a rede de concessionárias. No caso dos shoppings de automóveis, onze em São Paulo decidiram se juntar em um feirão até o dia 7 de dezembro. A investida envolve 18 mil veículos seminovos
Do G1