Conferência das Mulheres: Definidos eixos de políticas públicas

A Conferência Nacional de Mulheres realizada na semana passada em Brasília definiu as diretrizes gerais do plano nacional de políticas públicas para as mulheres que o governo Lula vai anunciar no próximo mês de novembro.

Os eixos principais aprovados pela Conferência são estes:
legalização do aborto
prevenção e punição nos casos de violência contra a mulher
isonomia salarial entre os sexos
criação de linhas de créditos especiais para as mulheres
ampliação dos direitos às mulheres presidiárias
efetivação dos direitos humanos

O documento que foi aprovado na Conferência vai ser analisado por um grupo interministerial, que acatará ou não as sugestões.

Depois disso, as propostas serão enviadas ao Congresso em forma de projetos para definir o plano nacional de políticas públicas para todas as mulheres.

Aborto é tema polêmico
O tema mais polêmico é o que recomenda a descriminalização e a legalização do aborto, uma bandeira histórica do movimento feminista.

As mulheres defendem a liberdade de interromper a gravidez de maneira segura, enquanto entidades religiosas consideram o aborto um crime contra a vida intrauterina.

Cerca de 260 mil mulheres procuram os postos públicos todo ano para corrigir abortos malfeitos, com mortes e riscos de morte, público formado por pobres que recorrem a métodos inseguros. As mulheres da classe média pagam médicos que atendem ilegalmente.

A tese da legalização do aborto vai criar problemas ao governo Lula. Se ele acatar a decisão vai enfrentar os segmentos religosos, e se não fizer isso vai comprar briga com os movimentos de mulheres, que confiaram na conferência como o espaço do diálogo.

A conferência reuniu cerca de duas mil representantes de ongs e entidades de defesa da mulher de todo o País.