Confiança da indústria aponta para estagnação econômica no ano
O Sensor Fiesp, que mede as expectativas dos empresários paulistas sobre a economia brasileira nos próximos meses, subiu de 50,6 pontos em junho para 51 pontos em julho, interrompendo três meses consecutivos de queda. O indicador, no entanto, ainda está abaixo dos 56,9 pontos registrados em março, mês anterior ao início da piora na confiança do empresariado paulista. Em julho do ano passado, o sensor estava em 52,4 pontos. O indicador varia de zero a 100. Abaixo de 50 pontos, indica empresários pessimistas e, acima de 50, otimistas.
Segundo o diretor titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, o número de julho demonstra o que a entidade espera para a indústria nos próximos meses. “O sensor está dizendo que nada de diferente vai acontecer no horizonte”, afirmou em coletiva a jornalistas após a divulgação do Indicador de Nível de Atividade (INA) de junho, que recuou 0,1% frente maio.
Dos cinco componentes do sensor, três registraram aumento nas perspectivas em julho e dois, queda. O maior recuo foi observado no item investimento, que caiu de 51,9 para 50,6 pontos. A outra retração ocorreu no componente emprego, que registrou 50,8 pontos no mês atual, frente 51,6 pontos em julho. Na contramão, tiveram melhora mensal em suas perspectivas os itens mercado, vendas e estoque, de 51,2 para 51,7 pontos, 50,5 para 52,1 pontos e 47,8 para 49,7 pontos, respectivamente.
Na avaliação de Francini, nenhum dos items apresenta variação significativa, o que aponta para um crescimento “medíocre” da indústria no ano de 2011. “Estagnação é a melhor palavra. Talvez a indústria cresça 3% em relação a 2010, muito provavelmente transitando por baixo do PIB”, o que, segundo o diretor, denota preocupação. “O PIB só tem crescimento expressivo quando a indústria de transformação cresce acima dele”, sustenta.
Do Valor Econômico