Confinamento no trabalho (Parte 3)
Como vimos nas semanas anteriores, a sociedade do confinamento concentrou riqueza, desenvolvimento e distribuiu miséria e sofrimento. Agora, apresenta uma fatura em forma de custo social que a sociedade como um todo se recusa a pagar. Diante disso, novas alternativas ao confinamento surgem em várias partes do mundo, sinalizando o que pode ser uma tendência no futuro.
Exemplos não faltam
Na educação, já são comuns os cursos realizados a distância. A internet permite as teleconferências para cursos que vão do ensino básico aos sofisticados MBA de pós-graduação. Franceses morando no interior da Bahia mantêm seus filhos no ensino fundamental na França com aulas pelo computador. Recentemente, casais paulistanos ganharam na Justiça o reconhecimento, para os filhos, do ensino fundamental ministrado em casa pelos pais.
A saúde também está fazendo sua parte. Médicos de família e agentes comunitários tiram doentes das filas de hospitais e ambulatórios, garantindo conforto, economia e tratamentos mais humanizados a domicílio.
Congressos, atividades científicas e reuniões empresariais são realizados via satélite para vários países simultaneamente, economizando milhões em passagens, hotéis e perda de tempo com deslocamentos.
Trabalho merece reflexão
Sob o argumento de ter mais tempo livre, mais e mais empresas a cada dia criam postos de trabalho a distância.
O chamado tele trabalho retira das fábricas e escritórios milhares de pessoas, reduzindo despesas, cortando custos com transporte, alimentação e estruturas empresariais gigantescas. Nos Estados Unidos e Europa, até centros de atendimento a clientes e consumidores já funcionam dessa forma.
Para os trabalhadores, no entanto, o quadro pode não ser tão belo. Em casa, é comum trabalhar muito mais, permanecendo ligados 24 horas por dia, o que acaba comprometendo a saúde, a vida conjugal, as relações de amizade e a própria vida.
Isso discutiremos um pouco mais na próxima semana.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente