Conlutas/PSTU é derrotado em Minas Gerais

A CUT impôs uma derrota histórica ao Conlutas/PSTU na eleição do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem que ocorreu na semana passada.

Com isso, José Maria de Almeida, ex-candidato à presidente da República e intitulada liderança do PSTU, perdeu a eleição em seu próprio sindicato. Sua chapa, a de número 2, obteve 42% dos votos, contra 58% da chapa 1, da CUT.

Há 20 anos que o PSTU comandava o Sindicato e nesse tempo não fez qualquer esforço para organizar os trabalhadores. Isto porque, apesar de ser uma das categorias mais importantes de Minas Gerais e mais numerosas do País, com cerca de 50 mil metalúrgicos, o sindicato tem pouco mais de três mil sócios. Na principal fábrica, a Mannesmam, com 4.500 metalúrgicos, e na qual Zé Maria é vinculado, só existem 189 associados.

Esse distanciamento proposital da base ajuda a explicar porque o Conlutas/PSTU ataca a proposta de reforma sindical. Ela impede que sindicatos com pouca representatividade e sem associados continuem a existir.

E mais: são contrários à reforma porque ela determina democracia nas decisões sindicais e organização no local de traballho.

Estes elementos são desprezados pelo Conlutas/PSTU. Na base de Belo Horizonte, por exemplo, existem apenas duas comissões de fábrica.

“A categoria apóia a CUT, por isso votou na chapa 1”, resumiu Rosimar Machado, diretoria do nosso Sindicato e da Confederação dos Metalúrgicos da CUT (CNM), que acompanhou o pleito.

Segundo ela, os metalúrgicos mineiros não aceitaram a desfiliação do sindicato da CUT e impediram a diretoria de filiar a entidade ao Conlutas (central que o PSTU quer fundar).

“Vamos avançar na luta”

“A chapa 2 perdeu porque estava fazendo uma política contra tudo e todos, principalmente contra os trabalhadores”, avaliou Marco Antonio de Jesus, diretor da CUT mineira e um dos integrantes da chapa vencedora.

Ele comentou que há cerca de um ano o PSTU passou a expulsar da Federação dos Metalúrgicos os sindicatos simpáticos a CUT, com medo de perder o controle da Federação. No total, foram expulsos 12 sindicatos que representam 120 mil metalúrgicos, que criaram a Federação Estadual dos Metalúrgicos.

A partir daí, as forças que não se alinhavam com a política do PSTU se uniram e lançaram chapa para concorrer ao Sindicato de Belo Horizonte e Contagem. “Foi a união pela vitória e os trabalhadores reconheceram a força do nosso trabalho”, disse Marco Antonio.

Ele acrescentou que a nova direção do Sindicato tem tarefas importantes pela frente, como avançar na campanha salarial para reduzir a diferença de salário entre os metalúrgicos mineiros e do ABC e apoiar a reforma sindical.

“Também vamos iniciar uma forte campanha de sindicalização, já que menos de 10% da categoria faz parte de nosso Sindicato”, disse Marco Antonio.