Conquistamos acordo nas autopeças

Assembléia de sábado passado havia autorizado acordo se patrões do Grupo 3 confirmassem mesma proposta salarial dos demais grupos, o que ocorreu ontem.

A mobilização dos metalúrgicos
da CUT venceu mais uma etapa da
campanha salarial. O grupo 3 (autopeças,
parafusos e forjarias) confirmou
ontem proposta que segue a referência
salarial dos acordos nas montadoras e
grupo 9.

Os trabalhadores no setor terão
7,44% de reajuste, sendo 2,5% de
aumento real, enquanto as mulheres
contam com avanços sociais, entre
eles uma cláusula inédita de licença
para companheiras em situação de
violência doméstica.

“O acordo confirma como foi
certa nossa dinâmica nesta campanha
salarial, pressionando, ao mesmo tempo
em que preparávamos a luta nas
fábricas”, salientou o presidente do
Sindicato, José Lopez Feijóo.

Fundição também fecha – Os patrões de fundição concordaram
com a mesma proposta salarial,
de 7,44% de reajuste nos salários e
8% de reajuste nos pisos. Há também
avanços sociais como nos demais
grupos.

O protoloco do acordo estava
ainda ontem em redação e será publicado
na próxima Tribuna.

Cláusulas econômicas

Reajuste – 7,44% sobre os salários de setembro, sendo 2,5% de aumento real e 4,82% da inflação.

Teto – Reajuste até o teto de R$ 3.850,00. Acima, fixo de R$ 286,44. O teto foi elevado em 17% sobre o ano
passado. Atenção: Se o teto na fábrica que você trabalha foi maior em 2006 do que o firmado no acordo, ele
deverá ter o mesmo reajuste. Se não houve teto, este ano também não haverá.

Pisos – R$ 607,20 para fábricas com até 100 trabalhadores. Reajuste de 8,28%.
R$ 827,20 para fábricas com mais de 100 trabalhadores. Reajuste de 8,61%.

Cláusulas sociais

Aumenta auxílio creche – O pagamento do auxílio creche foi ampliado dos atuais 12 meses para 24 meses
de idade da criança. Os valores aumentaram de 10% para 15% do piso.

Mulheres em situação de violência – Mulheres em situação de violência doméstica terão 30 dias de licença
remunerada, com compensação posterior, sem prejuízo nas férias.

Mulheres que sofrem aborto – Mulheres que sofrerem aborto terão 60 dias de garantia de emprego ou salário
após retorno do afastamento, além das garantias legais. A licença médica, nesse caso, não prejudicará as férias.

Ambientes acessíveis – As fábricas deverão garantir acesso e mobilidade para pessoas com deficiência nas
novas construções e reformas.

Tempo de amamentação – As mulheres poderão transformar em licença de oito dias úteis os dois períodos
diários de meia hora que a lei lhes garante para amamentar.

Diversidade para contratação – As empresas deverão dar igualdade de oportunidade a jovens entre 18 e
24 anos e a trabalhadores acima de 40 anos de idade, sem distinção de sexo, origem étnica ou religiosa.
Tempo estudante – Os estudantes terão três dias abonados para prestar os exames vestibulares.

Renovação – Todas as cláusulas sociais valem por dois anos.

PLR – Todas as empresas deverão negociar PLR com os sindicatos.