Conquistas aumentam e greves diminuem

O número de greves vem caindo no Brasil, segundo levantamento do Dieese. Hoje, a ocorrência delas é quase seis vezes menor que há 20 anos. Os principais motivos são o ambiente econômico e o maior espaço de negociação.

O número de greves
vem caindo a cada ano.
Ambiente econômico melhor,
mais espaço para negociação
e maturidade dos
sindicatos são alguns dos
motivos para a redução.

Levantamento do Dieese
mostra que no primeiro
ano desta década foram realizadas
526 greves
em todo o
Brasil. Em 2006,
último ano do
levantamento, o
número caiu para
320 greves.

Esse número
de 2006 é
quase seis vezes
menor se comparado
ao ano 1989, quando
o País registrou 1.972 movimentos
grevistas.

As altas taxas de inflação
na época justificam o
elevado índice de paralisações.

“Em épocas de crise
e recessão, o movimento é
contrário. Os trabalhadores
jogam na retranca para manter
o que têm, especialmente
emprego”, comenta João
Cayres, presidente do
Dieese e membro do Sistema
Único de Representação
na Ford.

Os anos de poucas
greves foram os de 92 e 93,
logo após o impeachment
do ex-presidente Collor e em 98 e 99, com a crise asiática.

Análise –
“Foi natural
que o número
de greves disparasse
a partir de 85, com o
fim da ditadura militar, pois
antes elas eram proibidas.
Depois, temos um período
de ascensão da luta sindical,
que coincide com o crescimento
da inflação. Também
fazíamos greves para poder
negociar, já que negociação
entre trabalhador e patrão
não era comum”, analisa
Cayres.

Segundo ele, hoje, no
governo Lula, o ambiente
econômico favorece as
categorias a avançarem em
seus direitos e a recuperar
salários.

“Junto a isso, os tempos
hoje são mais propícios
à negociação. A maior
parte das categorias tiveram
aumento real nos últimos
anos. Precisamos considerar,
ainda, que os sindicatos
têm mais maturidade
e as categorias estão mais
organizadas”, ponderou o
presidente do Dieese, para
explicar a redução no total
de paralisações.