Conscientização é fundamental na luta por inclusão, contra o preconceito e a LGBTfobia

Foram registradas 273 mortes violentas no país em 2022, uma morte LGBTQIAP+ a cada 32 horas

Foto: Divulgação

Na luta por ações inclusivas no ambiente de trabalho e na sociedade, contra o preconceito e a violência LGBTQIAP+, a conscientização é fundamental na defesa dos direitos. Junho é mundialmente o mês do orgulho LGBTQIAP+, em homenagem à Revolta de Stonewall, protestos contra as forças policiais a gays e travestis em Nova York, Estados Unidos, sendo o dia 28 o Dia do Orgulho.

O Brasil é o país que mais mata no mundo. Em 2023, de janeiro a abril, já foram registradas 80 mortes. Em 2022, foram 273 mortes violentas, de acordo com o Dossiê de Mortes Violentas contra LGBTI+, sendo um assassinato a cada 32 horas. Porém, o próprio estudo ressalta que os dados são subnotificados no país.

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, reforçou que a reflexão e o debate precisam ser feitos todos os dias. “É assustador o número de pessoas assassinadas por sua orientação sexual, esse preconceito que leva a morte é absurdo. Nenhum pai ou mãe de ia querer ver os filhos sofrerem e morrerem por conta da orientação sexual”, afirmou.

Foto: Adonis Guerra

“Precisamos condenar a guerra, não o amor. Como diz a música ‘Paula e Bebeto’, de Milton Nascimento, ‘qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar’”, defendeu.

Mortes violentas

Dentre as vítimas, foram 228 assassinatos, 30 suicídios, que evidenciam danos causados pela LGBTfobia na saúde mental, além de 15 outras causas.

O dossiê também destaca em seus dados:

• 159 travestis e mulheres trans mortas;

• 97 gays mortos;

• 91 vítimas pretas e pardas, 94 brancas;

• 91 vítimas entre 20 a 29 anos;

• 74 mortes por arma de fogo;

• 48 mortes por esfaqueamento;

• 130 mortes em período noturno;

• 18 suicídios por pessoas trans;

• 118 mortes no Nordeste e 71 no Sudeste.

Confira mais sobre a luta da juventude na edição de amanhã da Tribuna.

Mercado de trabalho

No mercado de trabalho, a CUT reforça que a luta principal é para que todas as pessoas possam não somente ter acesso ao trabalho em si, mas que tenham sua existência respeitada.

A luta, nesse aspecto é por tratamento justo e respeitoso, contra a discriminação, por uma atuação efetiva das empresas em casos de preconceito, além de realizar ações afirmativas em defesa da diversidade.

Entre as ações estão as publicações “Almanaque LGBQTIA+”, produzido em 2021 que visa ampliar o debate sobre questões importantes como diversidade, preconceito, saúde e trabalho, além da “Cartilha de Inclusão e Direitos de Pessoas Trans”. Os dois documentos estão disponíveis no portal da CUT.

SAIBA MAIS

A sigla LGBTQIAP+ é uma forma ampla de inclusão que abrange diversas identidades dentro do espectro da sexualidade e gênero.

GÊNERO

Cisgênero: se identifica com o gênero de nascença.

Transgênero: não se identifica com o gênero de nascença.

Não-binário: se identifica fora do sistema convencional binário de gênero (masculino ou feminino). Expressam sua identidade de gênero fora dessas categorias ou ainda combinando as possibilidades.

SIGLA LGBTQIAP+

L – Lésbicas: Mulheres que se sentem atraídas afetiva e/ou sexualmente por outras mulheres.

G – Gays: Homens que se sentem atraídos afetiva e/ou sexualmente por outros homens.

B – Bissexuais: Pessoas que se sentem atraídas afetiva e/ou sexualmente por pessoas de ambos os sexos.

T – Transgêneros: Pessoas cuja identidade de gênero difere do sexo atribuído no nascimento.

Q – Queer: É uma identidade abrangente que engloba pessoas com identidades e orientações sexuais diversas.

I – Intersexuais: Pessoas que têm características biológicas que não se encaixam nas definições típicas de feminino ou masculino.

A – Assexuais: Pessoas que não sentem atração sexual em relação a outras pessoas.

P – Pansexuais: Pessoas que sentem atração afetiva e/ou sexual por qualquer identidade de gênero.

+: O símbolo de soma é para as demais orientações sexuais e identidades de gênero. Também lembra que a diversidade e sexualidade é fluida e está em constante evolução.