Conselho de trabalhadores da VW acusa principais acionistas de lucros exorbitantes de 1 milhão de euros por semana, desde 2014, enquanto greves paralisam produção

A Volkswagen está no meio de uma disputa acirrada entre sua alta gestão e o conselho de trabalhadores, enquanto enfrenta desafios financeiros e de produção. Propostas controversas que incluem cortes salariais e fechamento de fábricas na Alemanha estão sendo duramente contestadas, com a pressão crescente das bases trabalhistas e a sombra da concorrência chinesa se intensificando.

Na última quarta-feira, cerca de 20.000 trabalhadores se reuniram na fábrica de Wolfsburg para uma reunião que simbolizou a gravidade da situação. O CEO da VW, Oliver Blume, e o Ministro do Trabalho da Alemanha, Hubertus Heil, participaram do encontro. Blume defendeu a necessidade de cortes drásticos como forma de garantir a competitividade da empresa em um mercado cada vez mais desafiador.

Daniela Cavallo, presidente do Conselho de Trabalhadores da VW, rejeitou categoricamente as medidas propostas. Cavallo argumenta que o corte de empregos e o fechamento de plantas não são soluções viáveis e cobrou uma participação maior dos principais acionistas, incluindo as famílias Porsche e Piëch, que continuam a receber dividendos milionários de cerca de 1 milhão de euros por semana. Cavallo destacou a desigualdade entre os lucros dos acionistas e a realidade dos trabalhadores.

“Desde 2014, nossos principais acionistas receberam dividendos equivalentes a €1 milhão por semana. Um trabalhador qualificado teria que trabalhar 100.000 anos para alcançar esse valor,” disse ela. Com as negociações ameaçadas por impasses, Cavallo defende que um acordo seja alcançado antes do Natal, mas ressalta que compromissos devem ser feitos por ambas as partes. Na última segunda-feira, cerca de 100.000 trabalhadores da Volkswagen participaram de greves em nove fábricas, e novas paralisações podem ocorrer se um acordo não for firmado.

Do Notícias Automotivas