Construção de cisternas: Comunidades beneficiadas moram na caatinga
As cisternas a serem construídas com o dinheiro doado pela categoria ao Fome Zero nas cidades de Remanso e Casa Nova, na Bahia, vão beneficiar comunidades instaladas na zona rural.
“Nesses lugares a situação é feia”, constatou o companheiro Raimundo Domingos Silva, o Raimundinho (foto), da Comissão de Fábrica na Mercedes-Benz, que está visitando essas cidades para acompanhar a construção das cisternas.
Raimundinho comentou que a população pobre das duas cidades, alagadas com a construção da barragem de Sobradinho, foi transferida para a caatinga, longe do rio São Francisco, e hoje mora em casa de taipa, sem recursos.
“A comunidade de Xique Xique fica a 37 quilômetros do centro de Remanso, não tem água ou esgoto, e a população vive em extrema pobreza”, comentou. Essa situação de miséria se estende às outras comunidades.
>>Cadastramento
Ele disse que o cadastramento das famílias que receberão as cisternas será feito até a próxima semana pela Comissão Pastoral da Terra da diocese de Juazeiro, que já desenvolve trabalho nas comunidades carentes.
Raimundinho explicou que a água das cisternas é usada pelas comunidades para consumo, pois é de ótima qualidade. “Significa menos crianças doentes e diminuição da mortalidade infantil”, disse. Para outras atividades a população usa água da chuva armazenada em buracos cavados nas pedras.
Vivendo em precárias condições de vida, a população luta dia-riamente pela sobrevivência. Para Raimundinho, “apesar de tudo, é um povo cheio de esperança, com muita vontade de vencer”. Ele disse que cerca de 160 cisternas serão construídas nas comunidades de Remanso e Casa Nova.
Da Bahia, Raimundinho viajou para Pernambuco. Hoje ele visita Itaíba e amanhã será a vez de Pesqueiro, cidades que também foram indicadas pelo Ministério da Segurança Alimentar para receber as cisternas.