Construção e indústria puxam alta do emprego em abril
Setores lideram a retomada do crescimento do Brasil após a crise
A construção civil e a indústria foram os setores que mais contrataram em abril no país, com mais de 51 mil vagas abertas no mês, ou 38,9% das 131 mil criadas no período. Os números fazem parte de pesquisa da Fundação Seade/Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta quarta-feira (26).
Alexandre Loloian, economista do Seade, diz que a expansão desses setores é o melhor exemplo de que a economia do Brasil se recupera fortemente após a crise. Em um ano, a construção aumentou em 12,4% seu número de vagas, chegando a 1,24 milhão de trabalhadores; a indústria ampliou em 7,5% seus postos, para 2,96 milhões de pessoas.”Todos os segmentos contrataram em abril, com destaque para a construção civil. Estamos crescendo a taxas chinesas. Isso mostra o potencial da recuperação brasileira”.
A pesquisa leva em conta dados de sete regiões metropolitanas (São Paulo, Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e Distrito Federal).
O comércio ampliou em 1%, somando 3,15 milhões de empregados. Os serviços e os outros setores (que inclui os serviços domésticos e outros ramos) cresceram 0,1% e 2,4%, respectivamente, empregando mais de 11,7 milhões de trabalhadores no país.
Na região metropolitana, dos 9,3 milhões de trabalhadores ocupados, quatro em cada dez (40,6%) são prestadores de serviços. Os outros 18,6% estão no comércio, 16,6% na indústria e 11,5% nos outros setores.
Sérgio Mendonça, economista do Dieese, afirma que o emprego na indústria puxou todos os setores.”Em SP, as vagas na indústria já voltaram ao nível anterior à crise. Até o começo do ano, os empregadores previam uma retomada só em 2011. O crescimento do emprego está generalizado, e neste ano devemos bater recordes de emprego, sim, como prevê o ministro do Trabalho [Carlos Lupi]”.
Ao divulgar os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de abril, na semana passada, Lupi disse que devem ser criadas, em todo o ano, 2,5 milhões de vagas formais. Até março, o ministro projetava a abertura de dois milhões de postos.
Da redação com R7