Consumidor e empresa têm acesso aos menores juros desde dezembro de 2007

Os juros anuais médios para pessoas físicas passaram de 47,3% em maio para 45,6% em junho deste ano, também o menor patamar desde dezembro de 2007

As taxas de juros cobradas nas operações de crédito caíram em junho, segundo o Banco Central. A taxa geral (pessoas físicas e jurídicas) chegou a 36,7% ao ano, o menor patamar desde dezembro de 2007 (33,8% ao ano). Na comparação com maio, houve redução de 1,2 ponto percentual e de 6,6 pontos percentuais no primeiro semestre.

Os juros anuais médios para pessoas físicas passaram de 47,3% em maio para 45,6% em junho deste ano, também o menor patamar desde dezembro de 2007 (43,9% ao ano). No primeiro semestre, a taxa diminuiu 2,3 pontos percentuais.

A taxa do cheque especial passou de 167,8% ao ano para 167% ao ano. No caso do crédito pessoal, que inclui operações consignadas em folha de pagamento, o recuo foi de 1 ponto, de maio para junho (de 46,6% para 45,6%, na média anual). A taxa registrada em junho para crédito pessoal é a menor da série histórica do BC, iniciada em julho de 1994. A taxa do crédito para a compra de carro também é a menor da série e passou de 29,2% ao ano em maio para 26,9% anuais em junho.

No caso das empresas, a taxa média caiu 1 ponto percentual, passando de 28,5% para 27,5% ao ano, de maio para junho de 2009. No primeiro semestre, a redução da taxa para as empresas foi de 3,2 pontos.

Queda – Ainda há bastante espaço para mais redução, na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, pois as reduções da taxa básica, a Selic, ainda não se refletiram na intensidade total. Neste ano, a Selic teve queda de 5 pontos percentuais e atualmente está em 8,75% ao ano.

Segundo Lopes, as instituições financeiras tiveram redução do custo de captação dos recursos, mas elevaram o spread (diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes nos empréstimos). “À medida em que a inadimplência se resolve e apresenta tendência de queda, é natural que o spread continue a cair”, disse.

A inadimplência (atrasos superiores a 90 dias) para as famílias ficou estável em 8,6% em relação a maio. Com a crise financeira internacional, as empresas tiveram dificuldades de refinanciar os empréstimos, o que levou a inadimplência da pessoa jurídica de 3,2% para 3,4%. Mas, segundo Lopes, a tendência é que o atraso dos pagamentos caia com a retomada do crédito. Uma indicação disso é a redução dos atrasos de 15 a 90 dias, que passaram de 2,7% para 2,3% de maio para junho.

Da Agência Brasil