Conta do telefone: Muita confusão na mudança

A partir deste mês, as contas de telefones fixos nas cidades de São Paulo
deixarão de ser calculadas pelo sistema de pulsos e passarão a ser cobradas
pelos minutos que durar a ligação. Até julho a troca deverá estar completa em
todo o Estado. 

A mudança tinha tudo para ser boa porque trará
transparência ao uso do serviço. Com a alteração a conta será detalhada e
converterá um sistema impreciso de cobrança (pulsos) por outro que pode ser
medido (minutos).

Mas a mudança vai causar bastante confusão. A Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) não soube conduzir a troca e deixou tudo
bastante complicado e com muitas dúvidas.

Sem comparação –
O maior problema é a falta de parâmetro para comparar se existe
vantagem no novo sistema em relação ao atual. Como no sistema atual a conta não
é discriminada nas ligações locais, ninguém sabe como a Telefonica chega ao
total de pulsos.

Por isso, todo o mundo esperava que, ao mudar por
minutos, a Anatel obrigasse as operadoras a mostrar aos donos de telefones como
ocorriam seus gastos com pulsos. Desta forma todos poderiam comparar o valor das
atuais contas com a cobrança por minutos. A Anatel, porém, permitiu que as
concessionárias (Telefonica, Telemar etc.) tornassem quase impossível o acesso a
informações sobre o funcionamento atual do sistema. Como resultado todos pagarão
suas contas por minutos sem saber se é melhor ou pior.

Que
plano escolher?

Você terá que escolher entre dois novos planos.
Um é o básico, mais barato e para ligações de menor tempo. Outro plano é o
alternativo para ligações longas.

Caso não seja feita a opção até julho,
a conta obrigatoriamente passa a ser cobrada pelo plano básico. Aqui surge um
grande problema.

O usuário corre o risco de pagar muito mais que hoje se
não escolher o plano adequado. Por isso, a opção deve ser feita de acordo com a
forma como você usa o telefone.

Para conhecer esta forma, a pessoa
precisa ligar para sua operadora e solicitar as informações. Só que as
operadoras avisaram que, antes de julho, só entregarão a conta discriminando
todas as chamadas se o interessado ligar todo mês e fizer a
solicitação.

Operadoras dificultam nossa
vida

A decisão das operadoras dificulta a vida do usuário pois
ele terá de escolher entre um dos planos sem saber qual é melhor.

E a
Anatel não tomou qualquer decisão que obrigue as empresas a facilitar a vida dos
consumidores.

Assim, na falta de melhor alternativa, o Instituto de
Defesa do Consumidor (Idec) e o Procon aconselham esperar o recebimento da conta
detalhada. Isto acontecerá de qualquer forma a partir de julho, por meio do
plano básico. Só então a pessoa saberá se é melhor ficar com o básico ou optar
pelo plano alternativo.

Para as entidades de defesa do consumidor, em
princípio a melhor opção para quem faz ligações de até 3 minutos é ficar com o
plano básico. Quem faz a maioria das ligações com tempo superior a 3 minutos
compensaria optar pelo plano alternativo.