Contra a discriminação, mensalistas também decidem por uma semana de mobilização

Assembleia no sábado (28) aprovou uma semana de mobilização contra o teto

Passeatas internas, atos nos setores e paradas. São com estas mobilizações que os metalúrgicos mensalistas vão chamar a atenção das fábricas, principalmente contra a imposição do teto para o reajuste salarial. A decisão foi tomada na manhã deste sábado (28) em plenária na Sede do Sindicato e segue o embalo do conjunto da categoria que na noite anterior aprovou uma semana de mobilização para pressionar os setores a apresentarem propostas de acordo. No próximo sábado, dia 4 de setembro, tem assembléia decisiva na Sede do Sindicato.

“Fizemos uma plenária bastante representativa e acredito que plantamos uma semente para incorporar esse segmento da categoria em nossas lutas”, afirmou Ronaldo Souza, diretor do Sindicato um dos coordenadores da Comissão de Metalúrgicos Mensalistas.

Segundo ele, as fábricas têm como estratégia distinguir horistas e mensalistas como forma de controle e de superexploração da mão de obra. “Esse é um dos motivos que inibe a participação dos mensalistas na luta sindical”, argumentou.

“É por ai que esse pessoal tem seus salários achatados ano a ano, paga mais pelas refeições e convênio médico”, emendou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre. Ele considera que a imposiçao salarial represente muito pouco em termos de redução da folha de pagamentos, mas gera consequências muito danosas ao ambiente de trabalho. “Essa diferença salarial não significa ganho competitividade como  alegam as empresas. Na verdade, ela é uma merreca diante do desconforto que causa entre os trabalhadores e os prejuízos que podem trazer para a qualidade dos produtos”, enfatizou.

Ele ressaltou que salário baixo ou condições ruins de trabalho nunca são problemas das empresas e sim dos trabalhadores. “Isso só se torna problema para a fábrica quando a gente se reúne, transforma reivindicações numa pauta  e mostra ao patrão disposição de lutar por aqueles objetivos”,finalizou o dirigente para estimular a participação do pessoal nas atividades de campanha salarial.

Participação
A plenária de mensalistas aconteceu numa dinâmica bastante diferente de reuniões deste tipo. Começou com o Departamento de Formação do Sindicato estimulando os próprios trabalhadores a comentar sobre os pontos de debate. Além do teto, as discussões giraram em torno de metas abusivas, avaliações subjetivas, a falta de transparência nos planos de cargos e salários entre outros.

Na sequência, o médico do trabalho Théo de Oliveira, do Departamento de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato, fez uma exposição detalhada sobre os danos que a competição e o individualismo causam à saúde dos trabalhadores nos setores admnistrativos.