Contra reformas, centrais intensificam pressão em Brasília
Nesta semana, com o adiamento da votação da reforma da Previdência, a CUT, as demais centrais sindicais e movimentos sociais intensificarão ações de pressão aos parlamentares no Congresso. A mobilização é contra as reformas que retiram direitos dos trabalhadores. No ato em Brasília previsto para amanhã, haverá mutirão de visita aos gabinetes dos senadores. Para o dia 24 está confirmada a Marcha e Ocupação de Brasília.
“A pressão já começa a dar resultados. Informações sobre o clima entre os parlamentares no Congresso dão conta que deputados federais e senadores estão muito incomodados com as mobilizações da classe trabalhadora junto às bases eleitorais dos parlamentares, o que fortalece a esperança para continuar e obter as mudanças de votos que precisamos para reverter o roubo de direitos”, apontou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
O governo golpista de Temer prevê que a reforma da Previdência deverá ir à votação no plenário da Câmara dos Deputados quando o Palácio do Planalto tiver segurança de que conta com 320 votos favoráveis.
Dívida perdoada,
reforma apoiada
Alinhados com o discurso do governo em defesa dos empresários e dos banqueiros, o ex-presidente do banco Itaú -Unibanco, Roberto Setúbal, e o diretor-executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, defenderam as reformas.
Apesar da crise econômica, o Itaú-Unibanco, maior banco privado do País, anunciou este mês crescimento de lucro líquido recorrente de quase 20%. Foram R$ 6,176 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O valor é 19,64% maior que o registrado no mesmo período de 2016.
Em contrapartida, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, decidiu favoravelmente ao banco em processo que cobrava da empresa o não pagamento de tributos em valor superior a R$ 20 bilhões. A dívida foi perdoada.
“Para saber se as reformas Trabalhista e da Previdência são boas ou não para os tra-balhadores, basta ver quem as apoia: os banqueiros”, criticou o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
“Não podemos aceitar que medidas como estas caiam sobre os ombros da classe trabalhadora e que direitos duramente conquistados sejam eliminados por quem defende o interesse dos patrões, dos banqueiros, dos ruralistas, enfim, da elite brasileira”, completou o dirigente.