Contratação precária faz adoecer

Desonerar a folha de
pagamentos, flexibilizar
e reduzir o custo das contratações
são, na verdade,
formas de precarizar as relações
de trabalho, retirar direitos
e conquistas e também
desequilibrar o poder de organização
e luta dos trabalhadores
em favor do poderio
econômico das empresas.

Sofrimento e
adoecimento

Na contratação precarizada,
a relação de trabalho,
emprego, subemprego e
desemprego passa a ter um
peso impossível de ser suportado
psiquicamente pelos
trabalhadores. Nesses
casos, o vínculo psíquico entre
trabalhadores e empresa
fica de tal forma enfraquecido
que não se consegue
mais estabelecer compromissos
confiáveis a médio e
longo prazo.

A necessidade de se recompactuar
diariamente os
compromissos produtivos
leva a exploração à extremos
perigosos para a saúde.
Metas produtivas cada vez
maiores, extensão de jornadas
e baixos níveis de reconhecimento
e de segurança
no amanhã, implodem
qualquer possibilidade de
manutenção do equilíbrio
psíquico, provocando acidentes
graves no trabalho,
sofrimento, estresse e adoecimento.

Farsas hediondas

Entre os disfarces da
contratação precária, o
contrato por prazo determinado
através das agências
e o contrato de estagiários
são os que mais têm trazido
prejuízos para os trabalhadores.

Na prática, esses trabalhadores
são usados
na produção, operação de
máquinas e processos perigosos
de trabalho, e são
pressionados a produzir
cada vez mais como única
forma de serem efetivados
ao final do contrato.
Quando adoecem ou se
acidentam, são demitidos
sem nenhum direito.

Empresas cujas matrizes
na Europa difundem
a ética e a dignidade como
políticas de gestão de
pessoas, aqui mutilam e
degradam o futuro de milhares
de jovens em sua
primeira oportunidade de
trabalho, embalados no sonho
de um futuro melhor.

Departamento de Saúde do
Trabalhador e Meio Ambiente