Conversando sobre inflação

Dona Eulália pediu um bolo à sua empregada, Alice. Enquanto ela preparava a massa, comentou com a patroa, economista de prestígio, sobre uma conversa que tivera com seu marido sobre campanha salarial.
– Sabe, às vezes tenho saudade da inflação alta!
Todo o mês meu marido tinha aumento de salário!
Agora, ele me disse que o aumento será pequeninho.
Dona Eulália sorriu e respondeu:
– Não diga besteira, Alice! Seu marido não tinha aumento! Ele apenas recebia uma reposição, pois na inflação os preços aumentam muito e o poder de compra diminui.
Alice pareceu não entender.
Dona Eulália prosseguiu:
– Você ficava feliz com o aumento do salário do seu marido, mas quando ia ao supermercado não comprava muita coisa, porque os preços já estavam maiores que antes, certo? Isso é a inflação.
– É verdade patroa! Lembro de como era ruim ir ao mercado e ver aquelas pessoas remarcando os preços. Quase todo dia eles faziam isso! – disse Alice.
– Pois é! Ainda bem que isso mudou. Hoje o Brasil vive uma estabilidade, quer dizer, a inflação está controlada e os preços já não sobem tão rápido. Isto é bom porque podemos programar gastos, fazer poupança e negociar melhores preços. Hoje, já não comentamos sobre inflação, mas quando chega a campanha salarial é comum o tema entrar em discussão. É quando nos damos conta de que a inflação está baixa.
– Agora entendo! Se a inflação está baixa, o que eu gastei para fazer despesa
neste mês eu gastarei no mês seguinte. É isso?
– É sim!
– Mas porque o feijão ficou tão caro há uns meses se a inflação está baixa?
– Sempre haverá variação de preços por diferentes motivos. No caso do feijão houve um problema na safra, pois às vezes chove muito ou não chove nada, o que resulta numa queda da colheita e aumento de preço. Mas veja o caso dos aluguéis. O índice de inflação dos aluguéis ficou negativo mês passado e o preço não poderá ser reajustado.
Um preço compensa o outro. Entendeu?
Alice confirma com um sorriso ter entendido o que foi explicado. Saiu pensando que deveria conversar com seu marido. Era tão teimoso que talvez não quisesse ouvi-la. Quem sabe dona Eulália não poderia lhe dar umas aulas. Quem sabe?
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