Cooperação entre sistema financeiro e indústria é chave do sucesso na China
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Dando sequência à série de matérias especiais sobre o trabalho na China, vamos abordar o papel do sistema financeiro no fortalecimento da indústria chinesa.
O ex-presidente do Sindicato, Rafael Marques, integrante da comitiva que visitou o país no mês passado, destacou que na China se ganha pouco com especulação financeira, o que estimula o investimento em produção.
“Há um desestímulo para investimento em capital. Quem quer ganhar dinheiro na China tem que investir em produção, o que gera desenvolvimento de patente, de inteligência, contribui com a geração de riquezas e garante os postos de trabalho”, exemplificou.
O ex-presidente detalhou ainda que, os bancos chineses, controlados pelo Estado, são essenciais para a competitividade industrial.
“A obtenção de crédito com juros menores para a compra de insumos, investimento em novas tecnologias e plantas fabris estabelece condições diferenciadas na hora de colocar o produto na praça, o que impulsiona as vendas. A indústria não é refém do capital financeiro, eles funcionam em parceria”, ressaltou.
O governo chinês prioriza projetos de soluções inovadoras, enquanto há também incentivo para iniciativas que valorizem questões ambientais. Caso do Banco dos Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, visitado pela comitiva, que apoia prioritariamente iniciativas que visem preservação ou recuperação ambiental.
Comparando com o sistema brasileiro, Rafael ponderou que aqui a balança é desigual.
“No Brasil, o sistema financeiro ganha muito, independente do cenário, enquanto o industrial, dependendo do momento, é penalizado, como está acontecendo agora com as taxas de juros altíssimas. Na China, há uma cooperação entre ambos, as taxas de juros na contratação de um empréstimo, bem mais baixas que no Brasil, fazem com que o sistema financeiro cumpra o papel de fornecedor de recurso, o que estimula a produção”, finalizou.